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domingo, 25 de maio de 2008

Cirurgia Estética, a moda do século XXI


Quando a minha directora "gentilmente sugeriu" que realizasse uma reportagem sobre Cirurgia Estética fiquei um pouco, como posso dizer, enfadada e sem vontade, já que nessa mesma semana tinha saido noutra revista da casa, a Focus, um artigo de capa sobre este mesmo tema. Porém, como um pedido de um chefe não se pode recusar tentei fazer o melhor. Após a reportagem ter sido publicada, o certo é que recebi uma carta de uma leitora onde relata a sua história comovente de vida, onde há anos espera que a operação ao peito que tanto anseia seja razõ suficiente para voltar a sorrir!

Esta é uma das razões que me leva a amar esta profissão de paixão! Um elogio de uma simples desconhecida tem outro sabor quando é feito com toda a simplicidade e quando apenas se baseia nas nossa palavras!

Por agora fica aqui o artigo publicado...


Combater a imperfeição

Apesar de a "beleza ser uma tirania de curta duração segundo o filósofo Sócrates, o certo é que não há ser humano que não tente que essa breve passagem do tempo seja realizada da melhor ámaneira... Seja com extensas idas ao ginsio, dietas milagrosas ou simplesmente com o recurso à cirurgia plástica. Tudo em nome da perfeição estética!

Segundo a mitologia grega, Narciso, "fascinado pela sua própria beleza" terá caído num lago, afogando-se, vítima da sua própria vaidade. Reportando essa lenda, aos dias de hoje, verifica-se a existência de muitos "narcisos/as", que movidos pelas exigências da actual sociedade, consumem a sua vida no culto idolátra da sua figura. O seu corpo é a fonte principal do seu ego, enquanto a imagem é o "heroína" da história.
São as pessoas que "praguejam" contra o aparecimento de uma ruga que teima em não desaparecer, stressam com a imperfeição de um peito mais pequeno ou de uns glúteos pouco evidentes... Nada que surpreenda! Desde sempre, o ser humano "partiu por mares nunca antes navegados" à procura da perfeição! Basta recordar, o aparecimento dàdiva milagrosa no que diz respeito aos desígnios da beleza.
O século XXI não poderia fugir à modernidade e ao avançar das novas tecnologias que trazem consigo a promessa do "Forever Young", juventude essa que até o mais comum dos mortais anseia encontrar um dia!

Estamos na era da imagem... A preocupação de possuir um corpo esbelto e definido faz agora parte das mentes da filha, mãe e até da avó. E a verdade é que há quem passe horas a fio a esforçar-se nas máquinas ou nas aulas de fitness, somente para que a sua silhueta seja "reconhecida e aprovada", e há as que preferem terem resultados imediatos a curto prazo, sem que para isso seja preciso "suar".
É neste momento que entra a "fórmula mágica desta época": Cirurgia estética, o antídoto para resolver as imperfeições indesejadas, cada vez mais usado por aqueles que querem sorrir novamente ao olharem-se a um qualquer espelho.

Do tamanho 36 para um quase 32
A decisão já estava tomada há um ano e todo o processo mais que pesquisado. Ao viajar no tempo, altura que tinha 25 anos, lembra-se de sentir orgulho no seu 36 copa B... era um motivo de vaidade! Devido às aulas de fitness que começou a dar, como o Body Attack e X55, a desmotivação ganhou expressão, e um peito mole e cheio de peles associado a um número "34 a fugir para o 32" incentivaram-na a tomar medidas.
Zaina Malveiro decidiu que aos 29 anos estava na altura de ir em frente e aumentar o peito. "Consultei três médicos, já que não é uma decisão que se deve tomar de ânimo leve, o primeiro disse-me uma coisa, o segundo outra e fiquei totalmente baralhada. O terceiro foi aquele que me inspirou mais confiança, explicou-me tudo, os prós e contras e mandou-me ir para casa para reflectir mais uma vez. Tentei obter o máximo de indicações sobre o doutor para que tivesse a garantia que estava apto legalmente", conta.
Na segunda consulta, a instrutora de ginástica a part-time e técnica de informática tempo inteiro recebeu mais informações sobre a operação. "O médico viu que não havia necessidade de deslocar o músculo, acabando por colocar a prótese por cima do peitoral. A seguir, forneceu-me as guias para fazer todos os exames exigidos, mamografia, ecografias, como era desportista e nova não foi preciso fazer a prova de esforço pedida".
Como se custam dizer, "há terceira é de vez", e na última consulta marcaram o dia da mamoplastia...

"Fundamental verificar as qualificações do médico"
A decisão de Zaina Malveiro em consultar vários especialistas, recolhendo assim diversas opinióes é para os entendidos na matéria a mais acertada.
"Vivemos uma altura estranha onde temos dois sectores: as pessoas altamente qualificadas e aquelas que fizeram um curso por exemplo de lipoaspiração 'por correspondência', e depois na garagem de sua casa realizam uma meia dúzia de operações. Isto passa-se em todo o lado do mundo. É fundamental verificar as qualificações da pessoa que escolhe para fazer a operação. Por outro lado, podem também ir ao site da Ordem dos Médicos pesquisar onome do profissional e confirmar se está inscrito. Até pode ser menos simpático ou ter havido uma empatia menor, mas é uma garantia, uma certeza, de que teve a formação necessária", esclarece João Anacleto, cirurgião plástico que realiza operações no hospital Amadora-Sintra.

Visando que este tipo de especialidade não é linear, já que existe várias possibilidades para resolver o mesmo problema, o médico dispensa os eternos "clichés" de que estas cirurgias são inteiramente "viradas" para pessoas ricas, futéis e que vivem no mundo do "parecer bem é lei". "Quando desconhecem é muito fácil de dizer mal, não é mais válido reconstruir um tendão de alguém que teve um acidente, do que aumentar ou diminuir o peito de uma pessoa que não se sente feliz com o tamanho. Não tenho muita paciência para esse tipo pensamentos. Claro que há exageros como em todo o lado, não se pode é rotular toda a gente com a mesma definição. Por exemplo, nunca se pode alegar que todos os árabes existentes na terra são maus só porque existe um Osama Bin Laden, o mesmo se aplica neste caso. Há que ter ciente que uma rinoplastia ou uma abdominoplastia é uma cirurgia, portanto a pessoa deve querer fazê-la, única e exclusivamente, por ela e não pelos outros".
Foi isso que aconteceu a Zaina Malveiro a 31 de Março de 2008, uma decisão pensada e repensada levou-a até a uma sala de operações...

Pós operatário: "Passei algumas noites em branco"
"Cheguei por volta das 8h00, estavam duas pessoas à minha espera para me dar as indicações sobre o procedimento", recorda Zaina. Quando entrou na sala de operações, antes da anestesia começar a fazer efeito, reparou que se encontravam dois médicos, a anestesista e mais três enfermeiras. "Foi tudo muito rápido, durou cerca de uma hora, quando acordei já estava no meu quarto, com as ligadura à volta do peito e com um soutien especial que temos de comprar previamente e que posteriormente temos de usar durante um mês".
O que lhe fez mais confusão foram os drenos (um tubo de plástico que expele o sangue estragado da operação) que tinha em cada axila. Após seis horas de descanso, sem dores, onde a fome foi enganada com pacote de bolachas e chá, a instrutora regressou a casa pelo próprio pé e com o "peito dos seus sonhos".
O que veio a seguir é que nunca mais vai esquecer... "O pós operatório foi o pior, mas sei que varia de pessoa para pessoa. Primeiro tinha de estar sempre na mesma posição, fosse numa cama, numa cadeira... Coloquei 245 mililitros, no fundo é quase meio quilo a mais, este peso, o qual não estava habituada, fez com que ficasse com dores horríveis nas costas. Passei algumas noites em branco, sem dormir e mesmo sem querer tive de recorrer aos comprimidos para colocar o sono em dia", relata.
Para a jovem, o mais difícil sem dúvida foi a nível psicológico, a sensação de invalidez não se adequava ao seu estilo deveras activo. "Ficar um mês sem dar aulas foi o que mais me custou, até para conduzir estava limitada".
Passado três semanas, aos poucos está recuperar a sua rotina, apesar de ainda sentir algum desconforto. "Agora já aguento melhor estas dores, já não são nada agressivas e já consigo me pôr de lado para dormir".
Cconfessando que o resultado não poderia ter sido melhor, adianta no entanto que ficou assustada quando se olhou pela primeira vez ao espelho. "A minha reacção foi: o médico enganou-se!!! Tinha o peito muito inchado, não estava nada habituada. Com o tempo foi perdendo volume e agora não podia estar mais feliz. Passaram-me um certificado de garantia das próteses, acho que vou emoldurar", diz entre risos, acrescentando: "Não o fiz porque alguém me disse que ficava bem ou por simples capricho, fi-lo por opção própria, quando se quer, tudo se consegue, no fundo isto é uma cirurgia estética, quando vai ficar algo diferente no nosso corpo temos de estar realmente convictos e certos daquilo que desejamos", conclui.

Falta de fiscalização eficaz
"Tudo está bem quando acaba bem", pode-se aplicar ao caso de Zaina, como na maioria das cirurgias estéticas que se praticam em Portugal. Mas há sempre uma excepção e infelizmente algumas operações mal feitas terminaram da pior forma: a morte do paciente. Há bem pouco tempo, uma mulher de 24 anos foi sujeita a uma liposaspiração na zona da cintura. Os sucessivos vómitos e mau estar após o tratamento levaram a que se queixasse ao médico, o qual lhe receitou anti-inflamatórios, antibióticos e analgésicos. As dores continuaram e a 15 de Janeiro de 2008, Fátima Santos, moradora em Olhão, foi encontrada morta no chão da casa de banho da sua casa, pelo marido. Resultado da autopsia: Tromboembolismo pulmonar, uma das complicações mais frequentes nas cirurgias.

"Tanto quanto sei não há uma legislação muito lógica sobre a cirurgia de ambulatório, e estas não devem ser feitas em consultórios mas infelizmente há quem as faça. Claro que é um negócio, como o jornalismo no seu caso também o é, presta um serviço que é o de informar, mas recebe por esse trabalho. Mas antes de ser muito rentável, é um trabalho que mexe com as vida das pessoas, por isso acima de tudo há que ser profissionalmente correcto", elucida o médico João Anacleto, que vai mais longe. "Há duas situações onde não existe ética nenhuma. A primeira está relacionada com a poupança de dinheiro. Muitas vezes, opero por exemplo, no hospital CUF de Cascais, e os doentes têm de pagar o aluguer da sala, os medicamentos, etc...isso é caro, mas sabem que reúne as condições todas, para que caso acha complicações, a unidade está preparada para as combater. Se conseguem fazer isso na garagem da sua casa é obvio que é mais barato, mas totalmente errado. Por outro lado, para realizar uma cirurgia em alguns sítios tem de se apresentar ao director clínico as credenciais e estas tem de ser válidas no país onde estão. Não consigo operar no Hospital da Luz se não mostrar o meu currículo, o meu cartão da Ordem dos Médicos e da Sociedade de Cirurgia Plástica. É lógico se se deixa operar qualquer um que tenha tirado o curso num fim de semana, as coisas não podem correr bem. Tem de haver legislação".
A Sociedade Portuguesa de Cirurgia Pl‡stica Reconstrutiva e Estética tem vindo a alertar para o facto de existirem em Portugal algumas clínicas não habilitadas a realizar estes tipo de cirurgia, já que este negócio tentador está a provocar um aumento de profissionais, que apesar de não estarem qualificados, executam à mesma.

Em declarações a um jornal diário, Vítor Santos Fernandes, presidente do colégio da especialidade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética da Ordem dos Médicos (OM), explicou que embora seja eticamente reprovável que um médico execute uma intervenção para a qual não está tecnicamente preparado a Ordem não o proíbe tal como a lei.
Neste sentido, o facto de não haver fiscalização eficaz e o comportamento de muitos médicos não ser o mais ético, há que ser o paciente a tomar os cuidados necessários para não cair literalmente nas mãos erradas.


In: Mulher Moderna na Edição 1001

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Um cigarro de felicidade!

Já não bastava o eterno D. Sebastião do PSD ter regressado com toda a sua mística nublada agora conta com o apoio do Todo-Poderoso da Madeira? Que gargalhadas deve ter dado o Exmo. Eng. "Fumaças", que não aguentando de contentamento e excitação, perante tal notícia, fumou um cigarro no avião que seguia em direcção à Venezuela! Conclusão: A culpa é do Santana, como sempre!

Parte II
Deus escreve certo por linhas tortas.... Sempre ouvi dizer... e parece que Sócrates está a provar do próprio veneno que confeccionou com tanto "jeitinho"... A lei é para todos e não apenas para o povo Sr. Primeiro Ministro! E já agora não lhe fica nada bem dizer que desconhecia se a lei aplicava-se ou não ao caso em concreto, um homem viajado como o nosso governante, certamente, já devia ter reparado que mesmo antes da nova lei ter sido posta em prática já era proibido fumar nos aviões.
Humildade é bom e recomenda-se...
Certamente há muitas mais coisas importantes para noticiar do que as "fumaçadas" do nosso Primeiro, mas não deixa de ser ironicamente apetecível comentar...

Um prazer a descobrir


Em pleno coração do Alto Alentejo, rodeada por uma planície madura e calma, junto à simpática vila de Cabeço de Vide e envolvida pela moldura verdejante das famosas Termas de águas sulfurosas, localiza-se a bonita Estalagem Rainha D. Leonor, um local onde a paz e a natureza caminham de mãos dadas.


Situado na encosta meridional de um monte, Cabeço de Vide estende-se até à planície, formando aí um rossio que é tido como o mais amplo entre o Tejo e o Guadiana. Desde tempos imemoriáveis, este local tornou-se um abrigo de eleição para vários povos e culturas, os quais o marcaram profundamente, aproveitando e valorizando as suas potencialidades naturais, únicas em todo o mundo. Prova deste facto, foram os romanos que oportunamente se aperceberam das propriedades minero-medicinais desta água, construindo ali as primeiras termas que este lugar conheceu. Outros povos e acontecimentos históricos foram presenciados neste local, realçando o facto de Cabeço de Vide ter sido objecto de atenção e carinho da Rainha D. Leonor que, em 1498, fundou a Santa Casa da Misericórdia de Cabeço de Vide, uma das primeiras onze fundadas em Portugal.
Tendo como pano de fundo um passado forte repleto de tradições, também a Estalagem Rainha D. Leonor comunga desse espírito, já que se encontra instalada na antiga estação de comboios de Cabeço de Vide, um espaço cedido pela Câmara Municipal de Fronteira. Desactivada há algumas décadas, a estação continua a ser uma peça patrimonial de grande valor com linhas graciosas, onde se pode observar magníficos painéis de azulejos, exibindo motivos campestres e outros florais.
O conjunto de edifícios que dão, agora, lugar à estalagem foram alvo de uma recuperação e adaptação, transformando-os em equipamentos de qualidade, onde o visitante pode optar por pernoitar num quarto ou num apartamento, usufruir da piscina privativa ou das termas, praticar exercício físico no ginásio ou no campo de ténis, repousar tranquilamente ou provar a extraordinária gastronomia que o restaurante oferece.
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Promovendo um turismo rural mas familiar, a Estalagem Rainha D. Leonor tem ainda à disposição viagens em balões quentes, passeios de bicicletas e ainda, serviço de catering para eventos empresariais, buffets, casamentos e baptizados.
Quem visitar estas paragens, repletas de cenários surpreendentes, pode deslumbrar-se com as ruínas de Torre de Palma, o triângulo de Portalegre, Castelo de Vide e Marvão, o Parque Natural da Serra de S. Mamede e a Piscina Fluvial, locais de excelência, com vários tipos de oferta, ao nível do património natural e arquitectónico. Já as famosas Termas da Sulfúrea em Cabeço de Vide presenteiam os seus frequentadores com águas únicas no País, desfrutando de momentos de relaxamento e descanso. Estas águas têm características raras, sendo hipossalínicas, sulfúricas e oxidriladas com predominância de iões de cloreto, sódio, cálcio e ainda um apreciável teor de sílica, indicadas para doenças de pele, respiratórias e reumáticas.
Em alternativa aos tradicionais destinos de Verão, a Estalagem Rainha D. Leonor oferece assim uma estadia diferente, longe da confusão citadina, rodeada de paisagens campestres que permanecerão guardadas na memória de quem a visita.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Frase do dia
"Não dei conta das transacções de acções sob suspeita" - by Jardim Gonçalves, ex responsável pelo Millennium BCP

Elucidem-me por favor que depois de um dia de trabalho exaustivo o "tico e o teco" estão a fazer faísca... Estamos a 13 de Maio ou a 1 de Abril? Aconteceu algum milagre repentino e não me dei conta?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O que me dá na real gana

Se calhar deveria escrever sobre a actualidade negativa a que assistimos todos os dias, empávidos e serenos, limitando-nos apenas a comentar e a dar palpites, por vezes certeiros, por vezes, desnecessários... E ainda para aí tão boa gente com este estigma.

Talvez "parece-se bem" divagar sobre o preço do petróleo ou acerca da luta desenfreada de egos e estatutos pelo que o respeitável PSD está a viver... Parecia bem, tal como o é ler a Caras numa esplanada ou ir a um quiosque e dizer bem alto: "Era o Expresso por favor" - mesmo quando não se retêm nada do que vêm lá escrito, pois o que é de bem é fingir que se percebe!

Pois bem, apetece-me fazer o que me real dá na gana e (peço desculpa pela linguagem corriqueira) não carregando sempre com o peso da palavra "jornalista" às costas... Por agora fico pelo elogio aqueles por quem nutro respeito e admiração. Àqueles que acham que deveria debruçar sobre outros temas "mais quentes" do quotidiano... Bom se me conhecessem saberiam que de vez em quando gosto de ser do contra...

Mas atenção certamente, alias, não há margem para dúvidas, que também irei opiniar sobre algum politicamente correcto de se comentar! Porque na verdade também sou humana e disso não posso fugir!

sábado, 10 de maio de 2008

Barack e Clinton no último round

Um estudo efectuado pelo diário "Los Angeles Times" e pela "Agência Bloomberg" revela:

Se as eleições norte-americanas se realizassem hoje, dia 1o de Maio, tanto Barack Obama como Hilary Clinton , a lutarem pela nomeação democrata, derrotavam o republicano John McCain.

E se a disputa final fosse entre o "demónio de saias" (como a mulher de Clinton foi gentilmente apelidada por alguns americanos) e o "homem-novidade"??? Provavelmente alguns republicanos iam apreciar este "pequeno apontamento"...
Mas de ideias alucinadas está o mundo cheio!




A voz de Portugal sem herdeira









Não há palavras para adjectivar Amália Rodrigues. Pode-se dizer que seria um "sacrilégio" atribuir-lhe apenas alguns predicados quando a sua imensidão de talento dava para escrever infinitos livros. Nestas linhas, poder-se-ia falar do seu percurso, do seu fado, da sua música, mas isso já é do conhecimento geral.
Homenagear esta grande diva é uma tarefa difícil mas, talvez, escrever sobre a Amália menina, a Amália jovem seja a melhor forma.
Em 1920, no tempo das cerejas (Maio e Junho), em Lisboa, mais principalmente na Rua Martim Vaz, nasce uma criança do sexo feminino, filha de um pai sapateiro que anseia vingar no mundo da música, através dos sons do seu cornetim.
Aos 6 anos, a menina de olhar dócil com um breve toque de uma timidez expressa, canta, em casa, às escondidas tangos de Carlos Gardel. Os que passam pela rua param no tempo para a ouvi-la.
A ida para a escola traz uma nova cor à vida da "eterna cantadeira". O mundo das aulas que adorava, era o escolhido para elevar as suas fantasias a outros lugares sem que tivesse que pedir licença ou desculpa a alguém.áAs lições eram aprendidas rapidamente razão pela qual lhe foi dada a alcunha de "Sabichona".
A sua bondade incontestável deus os primeiros sinais quando a caminho das aulas, ao encontrar uma rapariga toda rota, ainda mais pobre do que ela, tirou o vestido que trazia por baixo da bata e deu-lhe. A sua boa acção valeu-lhe vários tabefes dados pela avó.
Aos 14 anos, mais bofetadas apanha do irmão mais velho, por fazer aquilo que mais gostava e que melhor sabia fazer - cantar na rua.
Ser artista é o seu grande desejo e aos 16 anos, ao ver a Dama das Camélias com a Greta Garbo, bebe vinagre e pôe-se nas correntes de ar, para ficar tuberculosa como a sua heroína.
Em 1938, apaixona-se pelo guitarrista e torneiro mecânico Francisco Cruz, e desesperada tenta o suicídio por desgosto de amor.
Um ano mais tarde, o Estado Novo cria a carteira profissional de fadista. O Fado salta assim das ruelas e vielas de Lisboa para as chamadas "casas de fado". É precisamente no "Retiro da Severa", que em 1939 Amália faz a sua estreia profissional. No ano seguinte actua no "Solar da Alegria", como artista exclusiva com repertório próprio.Impressiona todos, porque para Amália o fado "não se cantava, acontecia. O fado sente-se, não se compreende, nem se explica".
A partir desse momento, torna-se uma cidadã do mundo. Amália Rodrigues nunca mais parou em direcção ao último patamar do estrelato, e muitos acreditam que, mesmo agora, ela nunca vai parar...
A 6 de Outubro de 1999, a menina que no caminho para a escola gostava de comer figos e roubar florinhas para dar à professora despediu-se de todos com um até já...

O detective do oculto


Para quem gosta de questionar os meros acasos e ir ao fundo das questões mais pertinentes. Por vezes não há coincidências!

Na memória ficou: "Não acredito em Deus, procuro-o"

A sua paixão são os nãos silêncios da história... Enquanto os historiadores fixam-se no "quê" ele fixa-se no "porquê" dos grandes enigmas da história e da ciência. A Senhora do Manto Azul foi o último "porquê" a ser desvendado por este "detective do oculto".


Tal como a personagem central do seu livro, depois de anos como jornalista de investigação a escrever artigos sobre fenómenos estranhos e coisas inexplicáveis, Javier Sierra cansou-se de tantas perguntas e resolveu oferecer ao leitor respostas. "Decidi optar pela literatura como pretexto de oferecer a minha visão das coisas, nos meus livros de não ficção formulo as questões e nos meus romances respondo"., esclarece.Em 1991, o jornalista decidiu publicar um artigo sobre pessoas que tiveram experiências de teleportaçao e para isso baseou-se na única referência histórica que tinha. Uma freira do século XVII, que apesar de estar enclausurada num Convento em Espanha, aparecia vezes sem conta aos índios do Novo México, anunciando a chegada dos conquistadores. "A única coisa que tinha era um nome: Maria de Jesus de Agreda", diz.

A um mês de publicar a reportagem, ao conduzir pelo Norte de Espanha, Javier foi obrigado a desviar o seu rumo devido a um intensa tempestade de neve. O novo caminho levou-o a uma povoação de seu nome Àgreda. Em poucas horas, o homem que acredita plenamente nas palavras de La Croix de Berny "A coincidência é o pseudónimo de Deus quando não quer autenticar", encontrou um convento cuja fundadora era a mulher que há muito tempo procurava. "A partir desse momento, tudo apontava para aquela misteriosa mulher. Uns dias depois, mandaram-me ir para um congresso no Novo México, a um sítio que se encontrava a 10 quilómetros do local onde "a dama de azul" tinha aparecido.O autor sabia então que esta série de acontecimentos merecia muito mais do que um artigo, mas antes um livro onde pudesse reunir a investigação, a sua experiência pessoal e interligando com várias histórias em diversos tempos. Assim nasceu A Senhora do Manto Azul... A essência da obra - "No século XVII, a Inquisição acusou Maria Jesus de Àgreda, uma freira espanhola, de ter percorrido 500 vezes uma distância de 9000 quilómetros sem alguma vez ter deixado o seu convento em Espanha. Os relatos da evangelização do Novo México, no sudoeste daquilo que são hoje os Estados Unidos, incluem inúmeras referências a uma "senhora de azul" que teria aparecido à comunidade índia repetidas vezes antes mesmo de os missionários espanhóis chegarem ao local. Essa senhora seria nada mais nada menos do que Maria Jesus de Ágreda". Javier Sierra cria assim uma história passada entre a Europa e América dos nossos dias, em que a lenda desperta simultaneamente a curiosidade de um padre, de um jornalista e de uma antiga funcionária do Ministério da Defesa dos Estados Unidos com um historial de envolvimento em experiências de espionagem psíquica.


Curiosidades


. Bilocação - Neste livro este termo é a base de toda a história. Entende-se por bilocação "o facto de uma pessoa poder estar, por milagre, em dois lugares distintos, ao mesmo tempo".


. Javier Sierra foi o primeiro espanhol a chegar ao top do New York Times e do Washington Post. Já vendeu mais de 3 milhões de livros em todo o mundo e traduzido em mais de 25 países.