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domingo, 16 de outubro de 2011

Ciclo de Tertúlias em Cabo Verde? Já!

Escuta-se, debate-se, ouve-se opiniões, que por vezes, nada têm a ver com as nossas, mas promove-se a discussão de temas polémicos, actuais, fundamentais, para o desenvolvimento de Cabo Verde. Todos têm voz, todos estão ligados, unidos, por um só objectivo: o desejo de criar um Cabo Verde próspero, melhor do que foi ontem, melhor do que o amanhã.

Enquanto o Marquês de Pombal enchia-se com os protestos dos "indignados", que usam a sua voz para "gritar" contra as medidas de austeridade e crise, na Livraria Buchholz, falava-se sobre o Ensino Superior em Cabo Verde, o contributo da diáspora científica, a evolução da Educação, tendo como oradores o actual Ministro do Ensino Superior, António Correia e Silva e o Ex-Ministro da Educação, Corsino Tolentino.

A sala estava cheia... na maioria composta por jovens de ideias fixas, que sabem o que querem para si e para o seu Cabo Verde.

Pacífico, com algumas pequenas "farpas" pelo meio, mas muito contidas, assim foi o "confronto" intelectual, entre estas duas individualidades que muito têm contribuido para o amadurecimento científico de Cabo Verde. Depois seguiu-se as perguntas mais direccionadas, os desabafos mais incómodos, as opiniões mais controversas.

Vários temas: o número excessivo ou não de Universidades em Cabo Verde, a qualidade do ensino, tema bastante debatido, o papel da diáspora cientifica, que se sente renegada, colocada em 2º plano, e que segundo alguns, devido à falta de comunicação, de diálogo entre o Governo e os próprios investigadores, a situação da Universidade Pública... quatro horas de debate, de conhecimento, de esclarecimentos, de troca de experiências.

E no final uma sensação de que isto podia-se fazer em S. Vicente, Santo Antão, Santiago, Brava, Fogo, Maio, Sal, Boavista,S. Nicolau que tal como o coordenador das tertúlias, Suzano Costa, afirmou não é necessário dinheiro, mas apenas boa vontade dos organizadores.

Corsino Tolentino referiu que "nestas sessões encontra-se a elite" o que não deixa de ser verdade, por isso há que expandir estas conversas para outras paragens.

Segundo Suzano Costa, irá se criar "Tertúlia no Bairro", uma iniciativa que se deve parabernizar, abrindo o espaço de dicussão a um maior número de pessoas... "Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha".

A conversar é que as pessoas se entendem. Verdade absoluta, e quem vive em Cabo Verde sabe que um Ciclo de Tertúlias era uma actividade que iria ter resultados, nem que seja para "deitarmos cá para fora" as nossas revoltas, discordâncias, receios, medos, e estarmos frente a frente com aqueles que tomam as decisões.

Mesmo que se sinta que o país vive na sombra da divisão entre PAICV e MPD, que se somos contra uma medida do Governo é porque somos do MPD, ou se não vamos a uma manifestação contra a Electra é porque temos medo de represálias governamentais, este ciclo de tertúlias seria muito bem-vindo, mas de um modo em que não sirva só as elites, mas principalmente, os estudantes anónimos, os desconhecidos, que normalmente até têm algo a dizer mas não lhes é dado a oportunidade.

E sim é possível fazer algo, o importante é fazer, não ficar só no "como seria bom"... fazer, actuar, marcar uma posição, não é por isso que estamos aqui? De que nos adianta andarmos a queixar-nos, a "mandar postas" para o ar, se depois cruzamos os braços e limitamo-nos apenas a dissertar.

Gostei, achei muito interessante e espero ver em Cabo Verde o Ciclo de Tertúlias, se assim se concretizar o meu lugar já está reservado!

domingo, 25 de setembro de 2011

O crioulo nas Nações Unidas

Tenho um crioulo "mariado", que é como quem diz "verdinho, verdinho, verdinho", mas tento todos os dias melhorá-lo, alías se fosse realizar um estudo estátistico de: "qual a língua que falo mais vezes ao dia" diria que a Língua Cabo-Verdiana era a vencedora. Nunca vou esquecer esta frase de Jorge Amado "A vida em Cabo Verde decorre em Crioulo", pois não poderia estar mais certo. No ambiente formal lá está o Português, cheio de "solenidades, com toda a pompa e circunstância", nas conversas diárias, na intimidade, no melhor do saber expressar as nossas emoções lá está o Crioulo. Numa entrevista, se quero captar a essência do meu entrevistado deixe-o expressar em Crioulo, até porque daí poderá sair "expressões" bem engraçadas. Sempre fui apologista da oficialização da Língua Cabo-Verdiana... e só quem vive em Cabo Verde e que sente este povo, esta cultura, é que se apercebe que não há outro caminho.

O Crioulo é a mãe. É a língua ensinada desde o momento em que uma criança começa a proferir as suas primeiras palavras. Até sensivelmente aos 6 anos, altura em que entra no ensino primário, é a expressão que domina, que fala, que conhece. E continua a ser assim ao longo dos anos... língua que melhor domina, que melhor conhece... língua do seu coração, das suas raízes, que os seus pais falam, com que expressa as suas mágoas, é através dela que conta um segredo a um amigo, que se revolta quando está chateado, que pede desculpas quando erra, é a língua que serve para exaltar as suas alegrias. O crioulo é a mãe as outras são as madrastas... e pode se gostar imenso de uma madrasta mas não amá-la como uma mãe.

Sou também apologista do melhoramento do ensino do Português, da minha Língua materna, que tanto encanta, quinta mais falada do mundo. Mas como complemento à Lingua Cabo-Verdiana, sem nunca se esquecer do ensino do crioulo. Fundanmental? Não, mais do que isso... uma obrigação. Aprender a nossa língua, as suas regras, grámatica, para depois conseguirmos aprender melhor uma outra. Sinceramente, acho que Cabo Verde necessita disso.

E deixem-se de lá de politiquices, daquelas como: "Cabo Verde irá perder com isso, Portugal e o seu "apoio externo" não irão gostar disso, Cabo Verde irá ficar sozinho"... Desculpem a expressão "Bolshit" que é como quem diz "vão lá para o outro lado..." Basta olhar para a 2º, 3º geração, falam inglês, francês, chinês, japonês, mas a todos foi ensinado o crioulo. Onde estão os cabo-verdianos está o crioulo.

Sei que há a questão do Alupec, sei que há questão das variantes, sei que há questão do Barlavento e Sotavento... Mas sinceramente apetece-me ter uma visão utópica da coisa... uma visão simples e talvez sonhadora, mas é a visão que quero manter... Acredito profundamente que a Língua Cabo-Verdiana irá ser oficializada brevemente.

Por isso, fiquei muito contente quando o Primeiro Ministro, José Maria Neves, falou pela primeira vez em Crioulo à Assembleia das Nações Unidas.

Podem dizer que é estratégia, que foi uma atitude de puro populismo, que quando são os países mais pequenos a discursar a sala está quase sempre vazia e por isso não surtiu efeito. Who cares? O importante é a atitude, teve essa ousadia, e essa ousadia é de ser louvada.

Palmas Sr. Primeiro Ministro... mas agora está na altura de regressar pois a Electra e a falta de Segurança chamam por si!

http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2011/09/discurso/

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Wedocare - Eles e Elas são uma inspiração!

Hoje fui entrevistar o grupo que formou a "wedocare". O que pretendem? Mudar o mundo com pequenos gestos que façam a diferença... desde Maio que cerca de 12 jovens, na casa dos vinte e tal anos, decidiram dar o seu contributo, através de acções de soliedariedade no terreno... simplesmente ajudar aqueles que mais precisam. Idosos, casais, crianças, não há distinções. O que querem? Simples... Que outros jovens se inspirem na sua ideia e criem mais "wedocares", que a iniciativa possa ganhar pernas, para que corra à procura de parceiros e simpatizantes para o projecto. Demonstram que apesar de todos os problemas típicos da sociedade XXI, há sempre tempo para numa 1 hora ou numa tarde, por semana, recuperar sorrisos ou simplesmente encontrá-los. Foi bonito de conhecer o seu espírito, as suas convicções, as suas vontades de quererem mais e melhor, para uma sociedade que está sempre dividida: entre o amarelo e o verde, entre governo e oposição, entre poliquitices e.... politiquices. Os jovens da wedocare têm as suas ideologias, mas são transparentes nos seus actos, querem apenas mudar um pouco do seu mundo, e se o mundo mudar por eles a sua missão será compensada. O seu trabalho é demonstrado através de acções organizadas, como por exemplo a entrega de cabazes a famílias carenciadas, ou angariação de fundos para a Associação Acarinhar que recentemente foi assaltada. Mexem-se, procuram, reunem-se, debatem e executam. No final, sentem-se abençoados pelo abraço daquela senhora que na pobreza do seu lar não estava à espera da bondade de desconhecidos. Afinal há quem faça a diferença, há quem tenha iniciativa própria, há quem acredite que pode mudar o mundo, o seu mundo, o seu Cabo Verde! E a ideia simplesmente surgiu numa noite de paródia... É bom sentirmo-nos úteis.


Não perca a reportagem na 3º edição da Revista Krioula, que irá sair no final do mês de Setembro!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

I´m Back (não encontrei um titulo mais giro)

Poderia ter mudado a "cara" ao blog... Poderia sim senhora!
Poderia ter escolhido um novo tipo de letra, com umas cores "girissímas" no fundo... Poderia sim senhora!
Poderia transformar o "sei que quero saber" por "saber é o que eu quero"... Poderia sim senhora!
Poderia ter colocado uns alertas chamativos, coloridos, que são uma "benção para os nossos olhos"... poderia sim senhora!

Ok poderia tanta coisa, mas sinceramente não tenho pachorra e não quis dar-me ao trabalho. Simplesmente deixar uma pequena notinha, para aqueles que sempre seguiram este blog (não... vocês anónimos continuam a não estarem convidados para esta festa) a noticiar o meu regresso. Estou de volta à blogosfera só porque tenho saudades de escrever o que quiser e o que me der na gana... de vez em quando. Quando estiver para aí virada. É tipo uma terapia q.b? Get it?

Durante 12 meses, tentei outro tipo de tratamentos relaxantes. Como yoga de manhã, recorrendo ao maravilhoso You Tube, ou então a improvisação na cozinha, através de um bolo de iogurte de cocô, com chocolate, aroma a limão e sem esquecer o oléo com sabor a bacalhau (nem vale a pena contar)... Desculpem aqueles que já comeram não vos ter avisado... Ups.

E nesse ano Cabo Verde mudou... eu mudei... (Pausa para recordar os melhores momentos destes últimos 365 dias) O.k já está! Continuando... Pela necessidade de escrever o que quiser e o que me der na gana, naquele espaço que é meu e de quem quiser (quer dizer... e de quem tenha boas e sentidas intenções) ... eis que: I´m Back, sem data, sem hora marcada, sem local definido. Simplesmente (desde já aviso que adoro utilizar o simplesmente, soa bem no término de uma frase emotiva) quando tiver tempo, e prontos (neste momento estão a pensar ela "escreveu prontos????...adoro este prontos). Até ao meu regresso... que deverá ser breve...

Voz Off: Este post foi acompanhado pela banda sonora do Exterminador Implacável