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sábado, 31 de janeiro de 2009

No seu melhor!


A hora de almoço é sagrada!

A enciclopédia viva da Cidade Velha


Cidade Velha... candidata a Património Mundial da Humanidade. Como arquivo de tempos remotos, que conta histórias que nunca deverão ser esquecidas. A época dos escravos, o nascimento do crioulo, o berço da Cabovernidade.
Cidade Velha é uma máquina de viagem no tempo que deve ser preservada. Tal como as suas gentes...
Rosalinda nasceu, cresceu, casou e enviuvou naquele local. É sem dúvida "a enciclopédia viva" da Cidade Velha. Com 71 anos passados na tal memória territorial que por vezes esquece os homens e mulheres que hoje lhe dão cor e expressão.
Quando, como, porquê, quem, onde? Ela responde a tudo, com um palavreado e entoação que dá vontade de ficar a ouvi-la durante horas a fio.
Em 1975, o padre Campos confiou-lhe as chaves da igreja de Nossa Senhora do Rosário, aquela que se define por ser a mais antiga de Cabo Verde. Hoje continua a ser a guardiã do templo religioso, diariamente visitado por dezenas de turistas. Sem pedir nada em troca, a sábia mulher tem orgulho em dar a conhecer aos estrangeiros as suas origens.


Mas não é só os que vem de fora que têm o privilégio de escutar os vastos conhecimentos de Rosalinda que só conta com a 3º classe. Os mais novos da Vila batem-lhe à porta sentam-se ao seu lado e pedem-lhe que os cultive.
Festas do Santo Nome de Jesus. O convento é o lugar escolhido para a realização dos eventos solenes. A "elite" está lá. Rosalinda não. "Não me convidaram".
A mulher que já participou num filme português, que privou com o arquitecto Siza Vieira, que em casa tem medalhas do Infante D. Henrique... a idosa, cujo sorriso ilumina o rosto cada vez que se fala na Cidade Velha... simplesmente não fazia parte da "Guest List".
Os monumentos são pedaços do antigamente que o turista adora visitar. O Forte de São Filipe, a Sé Catedral, o Convento de S. Francisco, o Pelourinho, património incontestável de Cabo Verde, mas "ka ten manera" de se expressarem e de falarem como tão bem faz a D. Rosalinda.
"Quando morrer é que irão me dar o valor", diz a velha senhora. Talvez quando essa hora chegar acabem por lhe erguer um monumento para fazer companhia aos outros. Talvez nesse dia voltem a organizar um evento solene, e colocarão D. Rosalinda na "Guest List", mas desta vez como convidada principal. Nessa altura, somente o seu espírito estará presente.
"Só damos valor as coisas quando as perdemos", que bem que este cliché se emprega neste tema.
Resta desejar longos anos de vida à D. Rosalinda, porque todos só temos a ganhar e a Cidade Velha também!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A simpatia compensa


Colhemos aquilo que semeamos… já diz o ditado, mas o certo é que se plantarmos simpatia o resultado será bons negócios, óptimas relações profissionais e um acordar feliz por ir para aquele trabalho. Quem, como, porquê? A reposta nas próximas linhas...
Abra um jornal. Vá até à secção Emprego. Conte quantas vezes as palavras simpatia, simpática/o aparecem. Espantado? Na verdade, quando se olha com atenção para os anúncios que figuram no «oferece-se» ou «procura-se», as frases que mais saltam à vista são «possuo alguma experiência e simpatia, ou procura-se pessoa dinâmica, profissional…. e que seja simpática».
Segue-se o momento decisivo. A entrevista. Aqui a simpatia terá um papel fundamental para a primeira impressão. Depois fica tudo nas mãos da dedicação e do empenho. Mas será que o ser-se simpático/a pode ajudar numa carreira promissora, a melhorar o ambiente laboral ou até mesmo na relação com a chefia? Estudos revelam que sim…Oito tópicos que provam como é bom exercitar os músculos da simpatia, enquanto se fecha um grande negócio ou se decide sobre outro.



1. Os adversários de hoje podem ser aliados de amanhã
George Washington deu uma verdadeira lição de como a estratégia pode estar ligada à simpatia. Durante a Guerra da Independência, o «pai» dos Estados Unidos da América deu ordem para que os soldados tratassem bem os prisioneiros. Os próprios presos sentiram-se chocados com o tratamento recebido. Mas, o governante não estava apenas a ser um homem correcto, ele sabia que esses prisioneiros seriam eventualmente alguns dos primeiros cidadãos dos Estados Unidos e por isso queria trazê-los para o lado dos colonos.
Opinião dos especialistas Vários teóricos defendem que nos negócios não existem verdadeiros inimigos. Por vezes podemos rivalizar uns com os outros, mas é bom manter a cordialidade e a simpatia como se fosse um código de honra.
2. As boas impressões são uma «bola de neve»
O grupo Kaplan Thaler fez um anúncio para uma seguradora norte-americana, que pediu que contratassem Melina, mulher de Donald Trump. Como protagonista do filme publicitário, Melina teve direito à sua própria caravana, sendo tratada com todo o conforto. Mas não por ser mulher de um dos homens mais influentes dos E.U.A, mas pelo facto da simpatia ser um dos lemas da Kaplan Thaler.
Alguns meses mais tarde, Linda, uma das proprietárias da agência, foi convidada para fazer parte do reality show produzido por Trump. Antes de começar a filmar, a executiva apresentou-se ao magnata. Lembrando-se que Linda fazia parte da empresa para quem a mulher tinha trabalhado, o discurso dele foi o seguinte. «Foram excelentes com a Melina. Vejam como vos vou retribuir».
Para milhões de espectadores, Donald Trump fugiu ao alinhamento do programa e classificou a Kaplan Thaler como uma das melhores agências de publicidade dos E.U.A. Tudo em nome da simpatia.
Opinião dos especialistas Sempre que sorrimos a um porteiro que nos abre a porta, rimos da anedota do colega, ou simplesmente tratamos um estranho com respeito e simpatia, enamamos energia positiva. Esta deixa uma boa impressão na outra pessoa que será transmitida a todos os que com ela se cruzem. É o efeito «bola de neve.»

3. Good vibes
Quantas vezes já não deu por si a chegar bem-disposto/a ao trabalho e, passado duas horas, estar de mau-humor, simplesmente porque o seu colega do lado está irritado. A boa notícia é que as emoções positivas são mais contagiantes do que as negativas. Segundo um estudo da Universidade de Yale, a alegria e a cordialidade espalham-se mais rapidamente num escritório do que a irritabilidade ou a depressão.
Opinião dos especialistas Segundo Daniel Goleman, um psicólogo de renome nos Estados Unidos da América, os pensamentos positivos no local de trabalho fazem com que os funcionários se comportem com mais ética e funcionem melhor em grupo. E, porque estão mais felizes, é menos provável que aceitem um lugar noutra empresa.
4. Um elogio sabe sempre bem
Um dia um jovem perguntou ao presidente americano Abraham Lincoln se não era irritante pedirem-lhe constantemente autógrafos. O governante respondeu apenas com uma frase. «Os homens aguentam quase tudo quando se sentem lisonjeados». Uma frase que passado alguns séculos continua a fazer sentido. Que levante a mão a pessoa que não goste de receber elogios. Certamente nenhuma se verá. Mas a verdade é que hoje em dia é muito raro elogiarmos os que estão à nossa volta.
Opinião dos especialistas Algumas pessoas reprimem os elogios porque receiam que soem a algo falso ou a bajulação. O simples facto de não se preocupar com esse facto, significa que não o é, por isso nunca confundirão com uma bajulador/a.
5. Ser perito/a em espontaneidade
Três empresas de consultoria foram rivais na conquista de um importante contrato. Uma foi afastada, apesar ter apresentado uma excelente proposta. Neste momento deve estar a pensar: como é que isso foi possível? Simples. Quando a cliente chegou ao aeroporto, o executivo de uma das empresas nem se deu ao trabalho de ajudá-la com a bagagem. Nesse preciso momento ele perdeu o contrato. Perante a falta de educação, a senhora ficou aborrecida e decidiu não fechar negócio. Toda uma equipa trabalhara noite e dia para criar uma proposta irrecusável e o contrato não se concretizou por causa de uma mala de viagem.
Opinião dos especialistas A simpatia tem de ser espontãnea. No caso anterior, se o executivo fosse naturalmente simpático com todas as pessoas o lapso em questão nunca teria ocorrido. Pegar na mala do cliente teria sido instintivo, em vez de um gesto esporádico reservado só para pessoas importantes. Pequenos gestos e atitudes podem ter um impacto enorme.
6. Cortesia pode mudar o rumo de um negócio
Muitas vezes olhamos para o universo empresarial, como um bicho de sete cabeças, convencidas de que o factor X é sem dúvida as tecnologias de ponta. Surpreendemo-nos quando um simples estímulo ou uma recompensa pode derrubar o mais sofisticado dos sistemas. Veja o exemplo... Antes de entrevistar Warren Buffet, considerado pela Forbes em 2007 como o segundo homem mais rico do mundo, para um anúncio de rádio da Bolsa de Valores de Nova Iorque, Linda Kaplan Thaler, um dos nomes mais conhecidos do meio publicitário norte-americano, lera na sua biografia que adorava coca-cola de cereja, a qualquer hora do dia ou da noite. Por isso antes da entrevista, foi dado a Warren a sua bebida preferida. Ele olhou para a lata e sorriu. «Linda, conto-lhe tudo o que quiser saber, porque me trouxe esta maravilha».
Opinião dos especialistas Segundo os entendidos na matéria, uma pequena cortesia pode fazer milagres. Concentramo-nos no lado errado da questão, deixando passar pequenos pormenores que podem fazer a diferença.
7. Partilhe os seus recursos
Antigamente quando as pessoas abandonavam a empresa de renome Procter & Gamble acabavam por ser marginalizadas. Já não pertenciam à família. No entanto, muitos dos antigos funcionários mantiveram os contactos e criaram uma espécie de »antigos alunos». Quando A.C Lafley assumiu o cargo de CEO a empresa começou a participar nessas reuniões. Lafley percebeu que os antigos empregados não eram traidores mas sim aliados. O exemplo disse é de um ex-funcionário, agora presidente de uma empresa de produtos naturais vitaminas e suplementos, que fez um acordo milionário com a sua antiga empresa. Ambas lucraram com o negócio.
Opinião dos especialistas Quando partilhamos informação e conhecimento acabamos por fazer com que um todo seja maior do que as partes. As vezes grandes parcerias demoram anos para acontecer. Mas vale o tempo de espera.
8. As pessoas mudam
Há uns anos, uma agência de publicidade foi contactada por uma mulher que procurava uma empresa que criasse uma campanha publicitária para duas empresas de vulto que liderava. A primeira pergunta que lhe fizeram foi: Porque é que nos escolheu? Vinte e cinco anos antes, essa mulher trabalhou com uma das administradoras da agência que lhe demonstrou muita amabilidade e respeito. Mais de duas décadas depois, a agência lucrou com esse contrato 40 milhões de dólares, simplesmente devido ao poder da simpatia.
Opinião do especialistas é um erro comum as pessoas pensarem que só devem ser gentis para os seus pares e superiores. Para algumas, é indiferente se é se simpática para uma assistente, recepcionista ou uma empregada de limpeza. Afinal, elas não podem fazer nada por nós. Talvez não naquele momento, mas nunca se sabe quem poderá a vir a ser importante para nós daqui a 20 ou 30 anos.
Nota: Ser simpático não quer dizer que tenhamos de sorrir quando nos pisam. Muito pelo contrário, a simpatia é das palavras mais fortes que existem: significa seguir em frente com confiança, segurança, de quem sabe que, por ser capaz de colocar as necessidades dos outros ao mesmo nivel das suas, conseguirá alcançar tudo o que desejar.

Com base: The Power of Nice, Linda Kaplan Thaler e Robin Koval
Fotos: Mario Sánchez (Newcastle, UK) e Pete Harrison (London, UK)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O conselho de Arnaldo José da Silva


Uma questão pertinente

Porque razão tenho de pagar 50 escudos para visitar um amigo que está no hospital Agostinho Neto?

Explicação dada: De forma a contribuir para a melhoria das condições hospitalares.

Não é pelo valor irrisório, mas então os familiares e amigos têm de pagar para ver quem está doente?

Ora vejamos... se uma pessoa ficar internada 60 dias, no final, caso as visitas sejam todos os dias, irá pagar três mil escudos. Uma esposa, uma filha um filho e um irmão: o total, 12 mil escudos.

Para as famílias mais pobres em Cabo Verde acho que é uma boa prática...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cidade Velha - Mais muito mais


A Cidade Velha e os meus primeiros passos num mundo chamado "Nha Terra Nha Cretcheu". Já lá vão quatro anos de "namoro" com a imprensa escrita, por isso estava na altura de "dar um tempo" e correr atrás do meu verdadeiro amor: a televisão. Há quem diga que não há nada como as primeiras paixões... para mim há paixões que nunca se esquecem e a "caixinha mágica" é uma delas.



As festas de Santo Nome de Jesus, realizadas naquela que é candidata a Património da Humanidade, foram o meu passaporte para assistir às primeiras filmagens e às primeiras entrevistas, levadas a cabo pelos melhores. Ainda houve tempo para fazer a minha estreia ao entrevistar o Padre Campos. Mas já lá vamos...

A Cidade Velha e eu travamos conhecimento poucos dias depois da minha chegada a Cabo Verde, já lá vão quase quatro meses. Confesso, que os meus primeiros olhares, sensações e, posterior análise, sobre aquela que em outros tempos, serviu de descanso para Vasco da Gama (1497) e Cristóvão Colombo (1498) antes de prosseguirem pelas suas aventuras marítimas, não provocaram os mesmos sentimentos, aquando da minha visita ao meu lugar de eleição, Tarrafal de Santiago... mas perante a sua carga histórica que carrega há séculos não pude deixar de admirá-la como deve ser apreciada. Uma vénia é lhe prestada... Sente-se no ar as memórias de um antigamente em que descobridores, Reis, cortes e escravos dominavam a película. No exterior, descobrem-se detalhes que viajam pelo tempo. O Pelourinho (erguido em 1520), as ruínas da Sé, o forte Real de São Filipe.


Em breves segundos, imagino os primeiros escravos a desembargarem, importados da Guiné, primeiramente, para o povoamento e como garantia de exploração da terra...mais tarde a escravatura pura e dura. O tráfico para as Canárias, a Europa e as Antilhas. O porto onde se abasteciam os navios que viajavam das Índias ou entre os continentes africano e americano. Tudo cinematográfico, tudo pertences de rastos que hoje dormem sob o peso dos anos. O esquecimento sonâmbulo, vagueia pelas ruas daquela cidade. O eterno mar azul, que ocupou sempre o primeiro lugar da plateia, agora triste, debruça-se pela costa.
Cidade Velha. O berço da “Cabovernidade”. A primeira cidade construída pelos portugueses (1462) em África. A Rua Banana, a primeira rua de urbanização portuguesa nos trópicos. A igreja de Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga igreja colonial do mundo, construída em 1495. Por tudo isto e muito mais, candidata a Património da Humanidade. Hoje, falta-lhe a vida de outros tempos... Falta-lhe “vestir-se” de acordo com o seu status. Falta mais obra, mais dinamismo, mais atracção. Mas sem mudar as suas raízes, sem pintá-la com grandes floreados (investimentos) que lhe poderão "ridicularizá-la". Basta apenas um toque... e boa vontade das autoridades competentes.


Terça-feira dia 20 de Janeiro.O meu primeiro dia nas festas. 9h00, o palco para os artistas que irão actuar entre a sexta-feira e o sábado, (Gilito, Princezito, Grace Évora, Ferro Gaita, Jorge Neto) está a ser montado. Espera-se duas horas pelos contactos necessários. Tem de se ir por outro caminho. A desorganização continua a marcar pontos nas Câmaras e afins, apesar dos press release com o programa serem actualizados para as redacções de 10 em 10 minutos. No terreno, a história é sempre a mesma. Não há ninguém que oriente os jornalistas, que informe sobre as actividades. “Tudo ao molhe e muita fé em Deus”. Acto no Convento sobre o Dia dos Heróis Nacionais. O Exmo. Sr. Presidente da República chega uma hora e meia atrasado. Um habitué de Pedro Pires. Uma manhã quase perdida. Motivo: a passividade do “daqui a pouco já lhe dou”, “Estou a chegar ai” e espera-se intermináveis minutos.
À tarde a entrevista com o Padre Campos, na igreja. A minha primeira. Fala-se do significado das festas, das tradições, dos costumes. Breves declarações porque a missa não podia esperar. Passagem em Gouveia. Passeia-se ao sabor da ruralidade. Galinhas, porcos, cães, pés descalços. Gente afável, interessante de se conhecer. Vidas e testemunhos que merecem ser contadas. Crianças que não me apetece deixar.
Regresso. Uma pequena pausa na esplanada enquanto se espera pelo Concurso de Batucadeiras marcado para as 17h00. Uma volta pela pequena feira, situado no centro. Não me enche os olhos. Falta mais... muito mais. Duas horas mais tarde, assiste-se ao espectáculo. Bonito de se ver e de se ouvir, mas ao fim de cinco grupos os ouvidos já não aguentam e a mente já não suporta o cansaço.
20h00, anseia-se pelas horas de sono. Antes de dormir, recorda-se o dia. Cidade Velha merece mais.. Mais organização, mais actividades, mais iniciativas.
Durante esta semana, as festas continuam... e eu lá estarei!

Lapso

Frederico Duarte de Carvalho do blog "Para mim tanto faz" alertou-me para o facto de que o post com o título "Um Portugal para Meditar", cujo autoria atribui a Eduardo Prado Coelho, não será do jornalista já falecido.

As minhas sinceras desculpas pelo erro, ainda não encontrei o autor do texto mas logo que encontre publicarei o seu nome.

E obrigada Fred.

Margarida Conde

As imagens...



Fotos: Reuters

É oficial!

20 de Janeiro... O mundo esteve de olhos postos na cerimónia de Tomada de Posse de Barack Obama e, Cabo Verde dividiu-se entre este acto e os eventos que marcavam o Dia dos Heróis Nacionais.

Já é oficial, Obama é o novo presidente da maior potência mundial. Agora não nos podemos esquecer, que não há governantes perfeitos,não há sistemas perfeitos, não há democracias perfeitas.

Barack Obama é um visionário, que devido há sua inteligência inquestionável, capacidade de liderança e, de mover multidões com o seu poder retórico, ocupou o cargo mais desejado mas mais injusto do mundo.

As expectativas são altas, por isso tenho a certeza que quando "fizer bonito" será "Obama Grande" mas quando tomar decisões menos correctas, e que poderão ferir susceptiblidades, ou quando não cumprir algo que prometeu, (porque não pensem que ele não o fará), será "Obama o flope".

Antes de ser primeiramente presidente dos Estados Unidos da América, ele é humano e acima de tudo um político... Os messias ficam para os livros de história!

Deixo-vos alguns excertos do discurso de ontem: (Tradução do Público)

"Neste dia, unimo-nos porque escolhemos a esperança e não o medo, a unidade de objectivo e não o conflito e a discórdia. Neste dia, viemos para proclamar o fim dos ressentimentos mesquinhos e falsas promessas, as recriminações e dogmas gastos, que há tanto tempo estrangulam a nossa política.

(...) Continuamos a ser uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o melhor da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa nobre ideia, passada de geração em geração; a promessa de Deus de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a felicidade completa.

(...) Esta é a viagem que hoje continuamos. Permanecemos a nação mais poderosa e próspera na Terra. Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos inventivas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não foi diminuída. Mas o nosso tempo de intransigência, de proteger interesses tacanhos e de adiar decisões desagradáveis – esse tempo seguramente que passou.

(...)A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a América.Para onde quer que olhamos, há trabalho paraa fazer. O estado da economia pede acção, corajosa e rápida, e nós vamos agir – não só para criar novos empregos mas para lançar novas bases de crescimento. Vamos construir estradas e pontes, redes eléctricas e linhas digitais que alimentam o nosso comércio e nos ligam uns aos outros.

(...) Nós somos os guardiões deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior cooperação e compreensão entre nações. Vamos começar responsavelmente a deixar o Iraque para o seu povo, e a forjar uma paz arduamente conquistada no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e afastar o espectro do aquecimento do planeta.

(...) Não vamos pedir desculpa pelo nosso modo de vida, nem vamos hesitar na sua defesa, e àqueles que querem realizar os seus objectivos pelo terror e assassínio de inocentes, dizemos agora que o nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado; não podem sobreviver-nos, e nós vamos derrotar-vos.

(...) Ao mundo muçulmano, procuramos um novo caminho em frente, baseado na confiança mútua e no respeito mútuo. Aos líderes por todo o mundo que procuram semear o conflito, ou culpar o Ocidente pelos males da sua sociedade – saibam que o vosso povo vos julgará pelo que construírem, não pelo que destruírem.

(...) Aos que se agarram ao poder pela corrupção e engano e silenciamento dos dissidentes, saibam que estão no lado errado da história; mas que nós estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o vosso punho fechado.

(..) Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos floresçam e as vossas águas corram limpas; para dar alimento aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Dia dos Heróis Nacionais



"... jurei a mim mesmo que tenho que dar toda a minha vida, toda a minha energia, toda a minha coragem, toda a capacidade que posso ter como homem até ao dia em que morrer, ao serviço do meu povo, na Guiné e Cabo Verde. Ao serviço da causa da humanidade, para dar a minha contribuição, na medida do possível, para a vida do homem se tornar melhor no mundo. Este é que é o meu trabalho"... by Amilcar Cabral

domingo, 18 de janeiro de 2009

Back...



Depois de uma saída de emergência, estou de volta à minha terra de Morabeza!





The show must go on!


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Para ver e analisar "Sete Vidas"

Uma pequena sinopse do filme
Ben Thomas (Will Smith) é um homem que foge da culpa passado doloroso, salvando vidas de completos desconhecidos. Os seus planos sofrem mudanças quando conhece a frágil Emily (Rosario Dawson), Um encontro que vai resultar na maior redenção de Ben.

Não foi a primeira escolha mas não poderia ter sido melhor opção... Fiquei a pensar nele durante as horas que se seguiram e ao outro dia continuava sem me sair da cabeça.

"Sete Vidas" o novo filme de Will Smith é daqueles que gosto, faz me pensar... Desta vez sobre o acto de fazer o que está correcto, mesmo que essa decisão nos leve ao nosso próprio fim.

Um plano, uma culpa... sete desconhecidos que mudam de vida, um só homem que pratica o bem para afastar o mal do passado.


A película, uma das mais fortes que assisti nos últimos tempos, ultrapassando até o Ensaio Sobre a Cegueira, simplesmente arrancou me umas quantas lágrimas, que limpava constantemente com vergonha que o vizinho do lado estivesse a reparar. Qual foi o meu espanto quando ele também estava da mesma maneira!

Bom argumento, excelente interpretação de Will Smith, algumas cenas sem dinâmica, mas que desaparecem com os novos elementos-surpresa, carregados de emoção e que prendem a atenção até ao fim.

"Sete Vidas" levanta questões pertubadoras, acerca da vida e da morte,arrependimento e perdão amor e redenção. Até que ponto iriamos para nos libertarmo-nos do nosso sentimento de culpa, que todos os dias é o primeiro a dar-nos os bons dias.

Um drama sem dúvida que explora as relações que unem os destinos das pessoas, onde o acto de querer mudar a vida dos outros é o cartão de visita da personagem central.



Mais do que uma bonita mas fatídica história do amor, entre um homem e uma mulher, um homem e um irmão, um homem e desconhecidos, é um filme que faz pensar !

E esses ficam para sempre!


Foto: (By Merrick Morton)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sunshine...

Ain't no sunshine when she's gone. It's not warm when she's away.

Ain't no sunshine when she's gone, and she's always gone too long anytime she goes away.

Wonder, this time where she's gone. Wonder if she's gonna stay.

Ain't no sunshine when she's gone, and this house just ain't no home, anytime she goes away. And I know,I know, I know, I know, I know I know,I know, I know, I know, I know I know,I know, I know, I know, I know I know,I know, I know, I know, I know I know, hey I ought to leave the young thing alone...

But ain't no sunshine when she's gone. Only darkness everyday. Ain't no sunshine when she's gone, and this house just ain't no home, anytime she goes away. Anytime she goes away, anytime she goes away Anytime she goes away...

Bill Withers

sábado, 3 de janeiro de 2009

Just for the girls!!!!


Chama-se Saki Rouva e foi votado como o homem mais bonito do Mundo!














Há algum comentário que se possa fazer? Hummm... Acha saúde!

Um Portugal para meditar...

Antes de falecer, a 25 de Agosto de 2007, o conceituado jornalista Eduardo Prado Coelho deixou no Público esta reflexão. Cada um medite sobre ela à sua maneira, mas não deixem de meditar...

Precisa-se de matéria prima para construir um País

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal e se tira um só jornal, deixando-se os demais onde estão.

Pertenço ao país onde as empresas privadas são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, lips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se
converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,igualmente estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctonecomeça a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,francamente, somos tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... *MEDITE*!


Eduardo Prado Coelho in Público

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Estou bem aonde não estou...

A minha Lisboa... Estive três meses separada de ti e agora que te vejo, da janela de um avião,reparo que continuas tão bonita quando te deixei. Pareço uma criança a experimentar novas sensações, uma menina agitada que não consegue conter a ansiedade. O cheiro a frio os chuviscos, diversos aromas que por mais que tente não consigo passar para o papel. As malas que demoram uma eternidade, o caminho que parece não ter fim. Eles estão lá. Abraços apertados, os beijos que não apetece parar de dar e, ela... mais linda do que nunca!

O meu Portugal... riu me com o trânsito, se ficasse mais de duas semanas já não ia achar tanta piada, mas por agora... O sushi, o cinema dia sim dia não, o "jantar de gajas", sempre com as mesmas conversas loucas, onde os namorados tentam se "colar", mas são quase expulsos de casa à vassourada. A correria das pessoas, o tic tac que não pára, não há tempo, tempo não há... Sorrio, já fui como elas...sinto me mais calma.

Deitar na cama com montes de cobertores, meias calçadas, roupão vestido e ficar a ver filmes até tarde, a chuva ouve-se lá fora. Não ter de fazer o almoço, o jantar. A mãe trata de tudo.

Mais abraços, mais afectos e carinhos... os amigos o melhor do mundo! Jantaradas, saídas, noitadas, onde o álcool não deixa de marcar presença. Há coisas que não mudam.

Não param com as perguntas. Como é? Estás a gostar? O que mais adoras? Como é morar em Cabo Verde? E cada vez que essa palavra surge a saudade e a nostalgia dão as mãos. "Estou bem aonde não estou, porque só quero ir aonde não vou".

A cachupa às 7h00 depois de uma noitada, a primeira visita mágica ao "meu" Tarrafal, o calor que nos alegra cada dia, o tempo de espera nos restaurantes que me fui habituando com muito custo, as noites loucas passadas no Cockpit, onde o funaná mexe até com os mais cépticos, a papaia que todos os dias tem de fazer parte do meu pequeno-almoço, a praia presente em cada acordar, o tempo que espera por nós, a simpatia dos crioulos, o saber que ainda há tanto para aprender e conhecer sobre a terra de Morabeza e... finalmente, sentir que cada vez mais o meu lugar é em Cabo Verde. Just for now...

Dou por mim a dizer nós lá... e vocês cá. Sou chamada de doida cada vez que vejo um africano e pergunto lhe se é cabo-verdiano. Se pudesse ter o bom dos dois mundos...

Na hora de partida, no dia 1 de Janeiro, com uma ressaca descomunal, depois de um reveillon inesquecível, sinto que quero ficar mas que quero ir. Não há pior coisa.

Se ao menos pudesse ter o bom dos dois mundos...

Até já meu Portugal, minha Lisboa menina e moça.
Olá Cabo Verde, Ilha de Santiago. Estamos juntos mais seis meses. Just for now...