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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Felling Good

Sensação de hoje... Feeling Good... será que está a chegar uma daquelas notícias bombásticas?????

Esperemos pelo final do dia.
Entretanto vou saborear esta sensação de "feeling good"

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Se tiver com Amigdalite... cuidado com o seu nariz!





Mais um episódio surreal ocorrido num hospital, desta vez aqui em Cabo Verde, mais precisamente no Agostinho Neto... Uma rapariga dá entrada com 39ºde febre e cheia de dores na garganta. Diagnóstico: Amigdalite. Tratamento: Primeiramente,injecção para baixar a febre.

Além do local onde lhe deram a injecção estar cheio de sangue espalhado pelo chão, o enfermeiro, que segundo a paciente deveria ser estagiário, decidiu que lhe deveria aplicar a tal injecção, considerada uma das mais fortes, de pé. Sem que a doente tivesse a possibilidade de se agarrar a alguma coisa.

Conclusão: Caiu num ápice no chão desmaiada e quando acordou tinha o nariz partido. O estagiário ainda ouviu uma reprimenda do médico: "nunca se deve dar uma injecção assim" e... desta forma a moça foi para casa com a amigdalite e mais um bónus... o nariz partido e uma operação para endireitar o "assunto".

O que vale é que no meio deste sufoco todo, encontrou um médico fora de série... que foi excepcional no acompanhamento.

Um estagiário a dar injecções sem estar habilitado para isso? que medo.

É óptimo, por exemplo, que os estudantes do Curso de Enfermagem da Uni-CV, desde o primeiro ano, tenham a possibilidade de juntar a teoria à prática e possam estagiar em comunidades carenciadas ou em centros de Saúde/Hospital.

Desconheço se o estagiário era aluno ou não...

Agora não se pode é deixar estagiários, tenham completado o curso ou não, que ainda não têm a tal prática necessária, nem conhecimento de causa suficiente, cometer erros que podem pôr em risco a vida de uma pessoa.

Se a rapariga tivesse batido com a cabeça e feito um qualquer traumatismo? Se o sangue que se encontrava no chão estivesse contaminado?

Diariamente, se ouve um pouco por todo o mundo, diversos relatos hospitalares...os mais "sui generis", "absurdos", "incompreensíveis" "revoltantes"... as vezes até pensamos que já são "banais"... mas quando nos é próximo, aí como se diz em bom português "é que a porca torce o rabo" e pensamos e se fosse connosco?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os Pontos nos Is da Margarida - Round 2

Uma semana em cheio a que passou!

O Colóquio sobre a Língua Portuguesa e o Diálogo Cultural... Confesso que o primeiro dia deixou-me rendida às recordações literárias de Oswaldo Osório, que através de uma "visita guiada" aos autores portugueses que marcaram a sua vida, deu-nos a conhecer vários episódios pitorescos, que pela voz da sua esposa ainda tiveram mais emoção!

Ficamos assim a saber que foi um encontro envergonhado, mas necessário, o que teve com o livro “A Vida Sexual” de Egas Moniz, que esteve preso com Alfredo Margarido, numa cadeia em Lisboa e mesmo num ambiente privativo de liberdade trocaram opiniões, pensamentos sobre a literatura portuguesa e a época que se vivia (1962).

E tem mais...

Viajou com “A Mensagem” de Pessoa, abraçou as palavras de “A Sibila” de Agustina Bessa-Luis e elogiou a Biografia de Eça de Queiroz, de Maria Filomena Mónica.
Escutar os seus pensamentos, as suas paixões pelas mais diversas escritas, sentir um pouco o "feeling" de quando as leu pela primeira vez... é saboroso, simplesmente saboroso.

O dia não ficou por aqui. Fátima Bettencourt falou sobre o maior poeta português... Pessoa e a sua imensidão literária.Mas também das controversas personalidades, da solidão que convivia todos os dias consigo, retratando-se como a sua melhor amiga, do poeta obcecado pelo amor patriótico e da sua alma desassossegada... ou será melhor dizer almas?

Claro que as atenções centraram-se no terceiro dia, com o esperado discurso da Primeira Dama de Portugal e do Presidente da República. “Como no amor não há língua como a primeira”, disse Maria Cavaco Silva. Como concordo... por isso, tal como Jorge Amado o referiu, e muitíssimo bem, “a vida em Cabo Verde decorre em Crioulo”. O Crioulo é a mãe. É a língua ensinada desde o momento em que uma criança começa a proferir as suas primeiras palavras. Até sensivelmente aos 6 anos, altura em que entra no ensino primário, é a expressão que domina, que fala, que conhece. E continua a ser assim ao longo dos anos... língua que melhor domina, que melhor conhece... língua do seu coração, das suas raízes, que os seus pais falam, com que expressa as suas mágoas, é através dela que conta um segredo a um amigo, que se revolta quando está chateado, que pede desculpas quando erra, é a língua que serve para exaltar as suas alegrias. O crioulo é a mãe as outras são as madrastas... e pode se gostar imenso de uma madrasta mas não amá-la como uma mãe.

Tal como ficou claro neste colóquio há que apostar num melhor ensino do português. Mas sem esquecer o ensino do crioulo. Fundamental? Não, mais do que isso... uma obrigação. Aprender a nossa língua, as suas regras, grámatica, para depois conseguirmos aprender melhor uma outra. Ka si?

E continuando pelas literaturas... eis que consegui ir visitar a Feira do Livro na Biblioteca Nacional (brutal!!!) Confesso que andava um pouco desanimada com os últimos livros que comprei... e aquela sensação de começar a ler um livro e deixá-lo a meio porque não me inspirou para mim é uma experiência dolorosa.

Mas...”Maníacos de Qualidade”... encontrei, finalmente! O meu namoro com este livro já tem alguns meses, desde que vi uma entrevista da autora Joana Amaral Dias, mulher por quem tenho uma grande admiração, no programa da RTP2 “Cinco para Meia-Noite”.

Uma análise psíquica a Fernando Pessoa, Marquês de Pombal, ou a João César Monteiro... simplesmente não dá para recusar! Agarrei-o de imediato, como uma louca em busca de um tesouro há muito desejado e até sair daquele recinto nunca mais o deixei. E não é que tem sido uma bela surpresa?! Está comigo dentro da mala, para me acompanhar em horas mortas, está comigo depois de almoço, está comigo antes de deitar. E aquela sensação de começar a ler um livro e ficar desiludida dissipou-se com a clareza psicanalítica e ao mesmo tempo histórica, da escrita de Joana Amaral Dias.

Além dos “Maníacos de Qualidade” “perdi a cabeça”, mas os livros são sempre boas causas, e trouxe mais cinco para que nos próximos tempos as desculpas para ler sejam muitas...

Sim, é verdade, um simples livro pode nos animar... Mesmo que se chame “Maníacos de Qualidade”...

Desta semana fica ainda o passeio ao Tarrafal no fim de semana... mas do Tarrafal já há pouco a dizer. É sempre aquela magia ainda mais com “dois bombons” chamados Jacira e Fred. A malta do costume também foi e lá andamos nós sempre com as mesmas palhaçadas, com a mesma energia positiva no ar... já com um cheirinho a despedida!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ora da cá um e a seguir dá outro ora dá mais um que só dois é um pouco, ai eu gosto tanto e é tão docinho e no entretanto mais um anonimozinho! heheh

O tempo pergunta ao tempo
quanto tempo o tempo tem.
E o tempo responde ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.

e tempo para o "tudo a seu tempo"????

não há lololololoolololololololololol porque o tempo simplesmente não tem tempo!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eça, Pessoa e muito mais!



Revisitar os escritores portugueses que fizeram parte da sua vida. Quis o escritor Oswaldo Osório... no "Colóquio sobre a Língua Portuguesa e o Diálogo Cultural", a decorrer no Campus do Palmarejo, que contou com uma plateia recheada de estudantes e mais importante atentos ao que se contava por ali...

Na sua intervenção, o escritor lembrou o dia em que conheceu Aquilino Ribeiro, no café "A Brasileira", em Lisboa, local de encontro entre os intelectuais da época e as primeiras emoções ao ler "Jardim das Tormentas".

Lembrou o dia em que "encontrou" a "Vida Sexual" de Ega Moniz. Um encontro envergonhado... mas necessário.

"A Mensagem" de Fernando Pessoa, "A Sibila" de Agustina Bessa-Luís, viagens literárias que nunca esqueceu. Já o episódio de 1962, aquando em circunstâncias de privação de liberdade (por se encontrar numa cadeia em Lisboa, acusado de tentar emigrar para a Holanda) conheceu Alfredo Margarido, também preso pelas suas crónicas, impróprias para o regime colonial, foi um dos momento altos da conversa que teve com a plateia, pela voz cativante de sua esposa.

Contou como ficou rendido à Biografia de Eça de Queiroz, de Maria Filomena Mónica de 2000, de como se apaixonou pela Divina Comédia, de Dante, fabulosamente traduzida por Vasco Graça Moura e ainda louvou o Jornal de Letras Artes e Ideias.


Que prazer ouvir as palavras de Oswaldo Osório e conhecer a sua relação com os mais diversos escritores portugueses.

Já a escritora Fátima Bettencourt que segundo a própria "navega pelas águas das crónicas e dos contos" escolheu a poesia, através do maior poeta português... Fernando Pessoa.

"Aos 6 anos perde o pai, crítico musical do Diário de Noticias e passado um ano o seu irmão. A mãe volta a casar e vão viver para África do Sul, mas Pessoa deixa de ser o ‘menino querido'... A dor da perda, as melancolias familiares são retratadas em muitos dos escritos de Álvaro de Campos, seu heterónimo", retrata.

Fátima Bettencourt deu a conhecer aos vários alunos presentes no Auditório a solidão de Pessoa. Homem que sempre viveu sozinho, deambulando de apartamento em apartamento na baixa lisboeta, sobrevivendo de sub-empregos. O poeta, que durante o seu ciclo de vida contou com poucos apoios institucionais, aos sete anos escreve os seus primeiros poemas, dedicados à mãe. Aos 15 lia Shakespeare e... muito poucos escritores portugueses.

E Fátima Bettencourt continuou... a falar de Pessoa e da sua imensidão literária. "Vivia obcecado por um profundo amor patriótico. Os estudiosos contabilizam mais de 14 heterónimos. E a sua alma era desassossegada. 'Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma'. A plateia ficou rendida aos agitados mas geniais poemas de Fernando Pessoa.



Mas foi com Eça de Queiroz que as primeiras gargalhadas se sentiram na sala. A escritora da nova geração Eileen Barbosa contou como foi o seu amor à primeira vista com a escrita daquele que brincava com um humor delicado e com as descrições inigualáveis. "Na troca de livros que fazíamos entre colegas, trouxe o Crime do Padre Amaro. Vi se não havia outro, deixei-o para o fim... até que não havia outra solução. Foi com imensa surpresa que li às escondidas já que continha uma temática insólita... um padre que se apaixona por uma rapariga. Fiquei rendida".

Ao contar as peripécias da "Relíquia", a escritora conseguiu trazer a boa-disposição à sala, perante aquela história humorística cativante.

No final, Eilleen Barbosa deixou só uma mensagem aos diversos estudantes presentes: "Façam o favor de ler".

Na segunda parte, sob a temática Diálogos Literários Contemporâneos: "Jogos de espelhos: ler e reler o Outro", participaram ainda o escritor Filinto Elísio e Vera Duarte.




O Cóloquio continua amanhã! Com mais surpresas esperemos!