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quinta-feira, 23 de julho de 2009

What a fuck is this?

"Chegou ao hospital com a garganta cortada e a enfermeira virou-se para ela agressivamente e disse 'já não vale a pena, não tens remédio', ou "estava na maternidade e ouvi uma grávida a combinar com o marido o que ele devia trazer para o hospital: "Traz papel higiénico que aqui não há", ou "Mamãs com os seus filhos nas encubadoras a vigiarem-nos, umas sentadas no chão, outras a afastar as baratas que andam descaradamente por todo o lado, e sem outra alternativa, a fazerem turnos entre elas, de modo a garantir de alguma forma o bem-estar dos seus bebés, até que que uma delas se apercebeu: uma das incubadoras estava desligada".

São alguns dos episódios que me foram contados ontem enquanto tomava o lanche da tarde. Escusado será dizer que toda aquelas histórias macabras deram-me voltas sem conta ao estômago.

Local do terror: Hospital Agostinho Neto, principal unidade hospitalar da capital de Cabo Verde, Praia.

Não me venham com as habituais legalengas que estes factos acontecem um pouco por todo o mundo, pois nenhuma mãe merece ser tratada como um animal, qualquer ser humano merece ser tratado com dignidade e qualquer bebé tem direito à VIDA.

Não há reportagem que consiga através da sua escrita descrever o que certas mulheres, homens, crianças, já passaram naquele hospital.

A escrita pode ser apelativa pode levar a que o leitor imagine por uns instantes o "inferno" que algumas pessoas tiveram que passar. Mas não vai fazer esquecer, vai sim alertar e colocar o dedo na ferida para aquilo que é camuflado por não ficar bem no retrato.


As histórias destas pessoas vão ser contadas. Isso garanto!
Fica aqui o primeiro alerta!

5 comentários:

Pedro Moita disse...

Força!
A dignidade do ser humano, numa hora tão importante e frágil como é a de se estar num hospital, tem que ser respeitada.

Haverá muitas mais histórias semelhantes para contar, concerteza muitas boas também. Mas há que se colocar a "boca no trombone". Muita coisa tem que mudar.

Margarida Conde disse...

é verdade Pedro, estas coisas tem de ser contadas nem que seja para dar voz aqueles que sofreram com estas situações horriveis e que possa de alguma forma prevenir situações futuras.

Fiquei super sensibilizada com o que me contaram e da minha parte vo tentar colocar a "boca no trombone" :)

Anónimo disse...

..;ou para dar mais côr ...sabias que nos quartos do mesmo "hospital", as vezes as mães que deram à luz costuman ser nove num quarto, duas ou três numa cama com os respectivos bébes, é so fazer a conta (e é claro os gêmeos não contam)!! O sistema de saude caboverdiano no geral é mais ou menos mau, mas o HAN é péssimo ..;muito bem dito!!
Keep posting MArgarida

Anónimo disse...

oopss esqueçi de assinar...

Hiena

Margarida Conde disse...

obrigada pela visita hiena!!!