A minha Lisboa... Estive três meses separada de ti e agora que te vejo, da janela de um avião,reparo que continuas tão bonita quando te deixei. Pareço uma criança a experimentar novas sensações, uma menina agitada que não consegue conter a ansiedade. O cheiro a frio os chuviscos, diversos aromas que por mais que tente não consigo passar para o papel. As malas que demoram uma eternidade, o caminho que parece não ter fim. Eles estão lá. Abraços apertados, os beijos que não apetece parar de dar e, ela... mais linda do que nunca!
O meu Portugal... riu me com o trânsito, se ficasse mais de duas semanas já não ia achar tanta piada, mas por agora... O sushi, o cinema dia sim dia não, o "jantar de gajas", sempre com as mesmas conversas loucas, onde os namorados tentam se "colar", mas são quase expulsos de casa à vassourada. A correria das pessoas, o tic tac que não pára, não há tempo, tempo não há... Sorrio, já fui como elas...sinto me mais calma.
Deitar na cama com montes de cobertores, meias calçadas, roupão vestido e ficar a ver filmes até tarde, a chuva ouve-se lá fora. Não ter de fazer o almoço, o jantar. A mãe trata de tudo.
Mais abraços, mais afectos e carinhos... os amigos o melhor do mundo! Jantaradas, saídas, noitadas, onde o álcool não deixa de marcar presença. Há coisas que não mudam.
Não param com as perguntas. Como é? Estás a gostar? O que mais adoras? Como é morar em Cabo Verde? E cada vez que essa palavra surge a saudade e a nostalgia dão as mãos. "Estou bem aonde não estou, porque só quero ir aonde não vou".
A cachupa às 7h00 depois de uma noitada, a primeira visita mágica ao "meu" Tarrafal, o calor que nos alegra cada dia, o tempo de espera nos restaurantes que me fui habituando com muito custo, as noites loucas passadas no Cockpit, onde o funaná mexe até com os mais cépticos, a papaia que todos os dias tem de fazer parte do meu pequeno-almoço, a praia presente em cada acordar, o tempo que espera por nós, a simpatia dos crioulos, o saber que ainda há tanto para aprender e conhecer sobre a terra de Morabeza e... finalmente, sentir que cada vez mais o meu lugar é em Cabo Verde. Just for now...
Dou por mim a dizer nós lá... e vocês cá. Sou chamada de doida cada vez que vejo um africano e pergunto lhe se é cabo-verdiano. Se pudesse ter o bom dos dois mundos...
Na hora de partida, no dia 1 de Janeiro, com uma ressaca descomunal, depois de um reveillon inesquecível, sinto que quero ficar mas que quero ir. Não há pior coisa.
Se ao menos pudesse ter o bom dos dois mundos...
Até já meu Portugal, minha Lisboa menina e moça.
Olá Cabo Verde, Ilha de Santiago. Estamos juntos mais seis meses. Just for now...
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
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6 comentários:
Olá!
Gostei do post. Especialmente "da cachupa às 7h00 depois de uma noitada" :)
Saudades também tenho eu disso!
Já pensou em mudar de vez o "Just for now..."?
Obrigado pelo post Amilcar. Não há nada como uma boa cachupa depois de uma noite a dançar :) E eu que nem gostava. Esta terra tem destas coisas...
Ainda não pensei em mudar de vez o «Just for now», mas costumam dizer que esta terra faz magia com as pessoas. Nunca se sabe!
Cumprimentos
sei que o retorno a Lisboa foi sentido e comovente.
gosto de ter estado contigo e ter feito parte de alguns destes programas que descreves!
passou pouquissimo tempo e já tenho saudades tuas!
Mando-te um beijo alfacinha, na certeza de que quando voltares voltaremos a fazer programas loucos e inesquecíveis!!!
Fico contente que estejas contente... Continua
boa noite
estive na ilha da Boavista e tirei algumas fotos que tenho no meu blog.
também eu fiquei rendido à beleza de Cabo Verde e à simpatia das pessoas.
Por isso compreendi a razão do teu texto.
Ainda não visitei a ilha da Boavista mas quero ver se este ano passo por lá.
As fotos que tiraste da Boavista estão muito boas. Parabens!
Cumprimentos.
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