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terça-feira, 14 de outubro de 2008

De volta... Agora em terras crioulas!!!!!


Cabo Verde. A sua história repleta de pequenos e grandes acontecimentos marcam uma identidade colectiva e viva. As memórias do antigamente combinam com pequenos apontamentos de “cheirinho” a modernidade... Mas ainda somente a meio gás.
Terra de Morabeza, que canta e encanta na arte de receber, terra ligada ao mar e às lendas de outras épocas. A presença do rio, do monte, dos espelhos de água. Dotes paisagísticos que contrastam com mentalidades que ficaram paradas no tempo.
Sigo em direcção a um "paraíso privado". Assim quero pensar. Olho para trás e despeço-me com um “até já” daquela que será sempre “nhakretxeu!”. A eterna cidade das sete colinas... Lisboa serás sempre menina e moça.
Em frente aguarda-me uma aventura em terras crioulas. Cabo Verde, a África mais parecida com a Europa, mas ao mesmo tempo, com rasgos de uma realidade que choca, impressiona quem está habituada a uma pobreza camuflada, escondida. Aqui ela está exposta sem fingimentos, de uma maneira que fere os olhos....
A primeira lufada de ar quente... As primeiras emoções e sentimentos. Uma única sensação: good vibes. Tudo é diferente, nada é parecido. O cheiro vindo das cozinhas das pequenas habitações atulhadas por toda a capital. Cachupa, cus cus. O olfacto está confuso... quer sentir os aromas que percorrem a cidade pouco iluminada.
Com a noite a caminhar a passos largos, torna-se imperceptível espreitar o que se passa lá fora. Agora. No momento. Tenho todo o tempo do mundo para desvendar os segredos desta terra e perder-me apaixonadamente por ela.
Muitas curvas. Solavancos em estradas ainda rudimentares. Vão me dizendo os nomes. Entram no ouvido como autênticos desconhecidos. Plateau, Achada de Santo António, Terra Branca… Palmarejo. O meu novo lar. Melhor dizendo perto daquela que é considerada uma das zonas mais “cool” da cidade de Praia. A minha casa. O exterior escuro, lembrando os ghettos do Rio de Janeiro ou bairros sociais como a Cova da Moura e Zona J. Não há medo, antes uma sensação de nostalgia. Não me intimido com o espaço. Nada acontece por acaso… Amor à primeira vista. Uma habitação que acertou-me como uma flecha. Gosto dela logo ao primeiro olhar. Arejada, fresca, pitoresca. Africana. Linda…
Estou a viver em Cabo Verde! Nada será como antes…
FOTO BY Redy Wilson

1 comentário:

Ludgero Lopes disse...

gostei da emoção que transmites no teu texto.
estou certo que estarás a viver uma experiência única! as novidades e diferenças que absorves e coleccionas em catadupa serão difíceis de entender e impossíveis de exprimir por palavras...
não percas o encanto que tens pela vida e ainda mais, aproveita a embriaguez desta fase que terá seguramente tanto de encantadora como de aterradora em momentos alternados!
beijo grande já com saudades do teu sorriso lindo ;)