Começou ontem no Auditório Nacional "Cinema e os 35 anos da Independência, Mostra em Cabo Verde", uma organização da Comissão Executiva Nacional das Comemorações dos 550 anos da Descoberta de Cabo Verde.
Poucas pessoas, um pianista com as suas sonoridades a enganar o tempo de espera (era para começar as 18h00 começou às 19h20), uma banca com livros muito interessantes à venda no átrio (sobre Eugénio Tavares, João Lopes, o percurso da Cultura em Cabo Verde) e finalmente o filme. O primeiro de muitos.
"Bitú", do realizador Leão Lopes. 52 minutos em que só em determinados momentos me prenderam a atenção. Gostei do facto do próprio realizador ser o fio condutor da história que fala "de um pintor da cidade do Mindelo que tanto pinta paredes interiores de bares e discotecas, como fachadas de edifícios ou cartazes de publicidade. Mas é no Carnaval de S. Vicente que o pintor dá largas à sua imaginação e criatividade".
Gostei de ouvir os testemunhos de Tchalé Figueira (expressão mais cativante e clara do filme), Vlu, da riqueza visual das pinturas daquele artista: Bitú.
O que não gostei? da falta de dinâmica, de mais diálogos e explicações, de dispersar a atenção das pessoas que estavam na plateia, ao ponto de se ouvir o burburinho das conversas mantidas baixinho.
De simplesmente sair com aquela sensação pesada: de não gostei... simplesmente.
Claro que não posso dizer que gosto ou não dos filmes de Leão Lopes, apenas por ter visionado o "Bitú" o que posso dizer é que do "Bitú" filme não gostei...
Ao sair da sala, uma pessoa que estava presente também na projecção do filme disse o seguinte: "se fosse eu a fazer isto chamavam me maluco, mas como é o Leão Lopes é uma relíquia".
Temos de conseguir diferenciar o nome que as pessoas carregam com cada trabalho que apresentam. Sempre ouvi falar de Leão Lopes, se calhar tem filmes que vou adorar ver, e talvez numa próxima saia da sala com a tal sensação leve, mas o "Bitú", que adorei conhecer, mesmo que tenha sido através de uma tela de cinema, não me convenceu!
Venham os próximos! Bela iniciativa esta! Cinema Móvel... uma ideia de se lhe tirar o chapéu. Praia está rica em actividades culturais! Espero que após o encerramento das comemorações, estes bons presságios continuem e não sejam sol de pouca dura, pois todos nos merecemos mais cultura, mais arte, mais lufadas de ar fresco.
Programa
Dia 8 de Junho
18h00 - Cinema Móvel - Filme Kontinuasom de Óscar Martinez na localidade de São Tomé - Praia
18h30 - Deportados de Paulo Cabral
20h30 - Documentário Amilcar Cabral de Ana Lisboa
Dia 9 de Junho
18h30 - Some Kind os a Funny Porto Rican? de Claire Andrade Watkins
20h30 - São Tomé, os últimos contratados de Leão Lopes
Dia 10 de Junho
18h00 Cinema Móvel Documentários: Amilcar Cabral de Ana Lisboa e Deportados de Paulo Cabral na localidade de São Martinho - Praia
18h30 - O Percurso de Cabo Verde - Guenny Pires
20h30 - Nha Terra Nha Cretcheu de Ana Lisboa
Dia 11 de Junho
18h30 - Music of Badyos - de Gei Zantzingir
20h30 - Kontinuasom de Óscar Martinez
Dia 12 de Junho
16h30 - Batuque a alma de um povo de Júlio Silvão
18h30 - Colectivos
20h30 - Ilha dos Escravos de Francisco Manso
terça-feira, 8 de junho de 2010
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