Uma reportagem que me deu imenso gozo fazer, não só pelo facto de ter conhecido uma ilha lindíssima, mas também pela temática em si. Os repatriados. De quem é a culpa pela falta de integração na sociedade?
Nha Terra Nha Cretcheu - Amanhã, quarta-feira, dia 2 de Dezembro
RTP Afica - 22h15 (Portugal)
- 21h15 (Cabo Verde)
TCV - Sexta-feira - 21h15
O caminho é longo. Voa-se pelos céus, aterra-se sob o olhar atento do Vulcão, atravessa-se mares que por vezes vivem em conflito, para só depois se entrar noutra dimensão. A visão quer assimilar tudo…. Chega-se finalmente. Vários sentimentos são trazidos na pouca bagagem. Diversas emoções que carregam no coração. Poucas memórias tem-se daquele lugar, ou aquelas que ficaram perderam-se nas teias da emigração.
Regressar a um país onde a única ligação são os familiares distantes e um bilhete de identidade com a indicação: local de nascimento Cabo Verde. Retornar a uma ilha onde não há raízes, não há afecto, não há nada. Essa será a palavra mais acertada… nada.
Deixa-se uma América moderna, abandona-se forçosamente uma terra em que o dia de hoje é bem diferente do o de ontem. Recomeça-se uma nova vida numa ilha perdida no século XX, em que os dias do presente irão ser iguais ao do futuro. A ilha da Brava está assim…
Os repatriados. Aqueles que por um crime cometido noutro país são obrigados a regressar ao seu pais natal e a permanecer por um tempo determinado. Três, cinco, dez anos ou então para sempre. Porque quando é altura para regressar já não há mais forças.
Na Brava, a mais isolada das nove ilhas habitadas de Cabo Verde, 90 por cento dos que são mandados de volta provem dos Estados Unidos. Até porque desde o século XVIII que a emigração daquela ilha é quase toda para aquele país. Naquela altura, a pesca da Baleia era o motivo principal. Desde então, é sentar nnum dos sobrados da Vila de Nova Sintra e vê-los a partir.
Enquanto crianças, deixam a sua terra natal com os seus pais em busca do sonho americano. Mas basta um pequeno delito para serem deportados para um local que não conhecem nem lembram-se de conhecer.
Três histórias. Três exemplos de luta pela sobrevivência diária, sem perder a cabeça. O objectivo é viver sem pensar no amanhã, sem relembrar the old good days em Bóston ou Massuchetts ou noutro qualquer estado americano, e sem se debaterem consigo próprios que só estão bem aonde não estão e que só querem ir aonde não vão…
1 comentário:
Parabéns, duas vezes...
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