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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Brava uma prisão de portas abertas



Uma reportagem que me deu imenso gozo fazer, não só pelo facto de ter conhecido uma ilha lindíssima, mas também pela temática em si. Os repatriados. De quem é a culpa pela falta de integração na sociedade?

Nha Terra Nha Cretcheu - Amanhã, quarta-feira, dia 2 de Dezembro
RTP Afica - 22h15 (Portugal)
- 21h15 (Cabo Verde)

TCV - Sexta-feira - 21h15

O caminho é longo. Voa-se pelos céus, aterra-se sob o olhar atento do Vulcão, atravessa-se mares que por vezes vivem em conflito, para só depois se entrar noutra dimensão. A visão quer assimilar tudo…. Chega-se finalmente. Vários sentimentos são trazidos na pouca bagagem. Diversas emoções que carregam no coração. Poucas memórias tem-se daquele lugar, ou aquelas que ficaram perderam-se nas teias da emigração.


Regressar a um país onde a única ligação são os familiares distantes e um bilhete de identidade com a indicação: local de nascimento Cabo Verde. Retornar a uma ilha onde não há raízes, não há afecto, não há nada. Essa será a palavra mais acertada… nada.

Deixa-se uma América moderna, abandona-se forçosamente uma terra em que o dia de hoje é bem diferente do o de ontem. Recomeça-se uma nova vida numa ilha perdida no século XX, em que os dias do presente irão ser iguais ao do futuro. A ilha da Brava está assim…


Os repatriados. Aqueles que por um crime cometido noutro país são obrigados a regressar ao seu pais natal e a permanecer por um tempo determinado. Três, cinco, dez anos ou então para sempre. Porque quando é altura para regressar já não há mais forças.

Na Brava, a mais isolada das nove ilhas habitadas de Cabo Verde, 90 por cento dos que são mandados de volta provem dos Estados Unidos. Até porque desde o século XVIII que a emigração daquela ilha é quase toda para aquele país. Naquela altura, a pesca da Baleia era o motivo principal. Desde então, é sentar nnum dos sobrados da Vila de Nova Sintra e vê-los a partir.

Enquanto crianças, deixam a sua terra natal com os seus pais em busca do sonho americano. Mas basta um pequeno delito para serem deportados para um local que não conhecem nem lembram-se de conhecer.

Três histórias. Três exemplos de luta pela sobrevivência diária, sem perder a cabeça. O objectivo é viver sem pensar no amanhã, sem relembrar the old good days em Bóston ou Massuchetts ou noutro qualquer estado americano, e sem se debaterem consigo próprios que só estão bem aonde não estão e que só querem ir aonde não vão…

1 comentário:

para mim disse...

Parabéns, duas vezes...