Seguidores

domingo, 16 de outubro de 2011

Ciclo de Tertúlias em Cabo Verde? Já!

Escuta-se, debate-se, ouve-se opiniões, que por vezes, nada têm a ver com as nossas, mas promove-se a discussão de temas polémicos, actuais, fundamentais, para o desenvolvimento de Cabo Verde. Todos têm voz, todos estão ligados, unidos, por um só objectivo: o desejo de criar um Cabo Verde próspero, melhor do que foi ontem, melhor do que o amanhã.

Enquanto o Marquês de Pombal enchia-se com os protestos dos "indignados", que usam a sua voz para "gritar" contra as medidas de austeridade e crise, na Livraria Buchholz, falava-se sobre o Ensino Superior em Cabo Verde, o contributo da diáspora científica, a evolução da Educação, tendo como oradores o actual Ministro do Ensino Superior, António Correia e Silva e o Ex-Ministro da Educação, Corsino Tolentino.

A sala estava cheia... na maioria composta por jovens de ideias fixas, que sabem o que querem para si e para o seu Cabo Verde.

Pacífico, com algumas pequenas "farpas" pelo meio, mas muito contidas, assim foi o "confronto" intelectual, entre estas duas individualidades que muito têm contribuido para o amadurecimento científico de Cabo Verde. Depois seguiu-se as perguntas mais direccionadas, os desabafos mais incómodos, as opiniões mais controversas.

Vários temas: o número excessivo ou não de Universidades em Cabo Verde, a qualidade do ensino, tema bastante debatido, o papel da diáspora cientifica, que se sente renegada, colocada em 2º plano, e que segundo alguns, devido à falta de comunicação, de diálogo entre o Governo e os próprios investigadores, a situação da Universidade Pública... quatro horas de debate, de conhecimento, de esclarecimentos, de troca de experiências.

E no final uma sensação de que isto podia-se fazer em S. Vicente, Santo Antão, Santiago, Brava, Fogo, Maio, Sal, Boavista,S. Nicolau que tal como o coordenador das tertúlias, Suzano Costa, afirmou não é necessário dinheiro, mas apenas boa vontade dos organizadores.

Corsino Tolentino referiu que "nestas sessões encontra-se a elite" o que não deixa de ser verdade, por isso há que expandir estas conversas para outras paragens.

Segundo Suzano Costa, irá se criar "Tertúlia no Bairro", uma iniciativa que se deve parabernizar, abrindo o espaço de dicussão a um maior número de pessoas... "Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha".

A conversar é que as pessoas se entendem. Verdade absoluta, e quem vive em Cabo Verde sabe que um Ciclo de Tertúlias era uma actividade que iria ter resultados, nem que seja para "deitarmos cá para fora" as nossas revoltas, discordâncias, receios, medos, e estarmos frente a frente com aqueles que tomam as decisões.

Mesmo que se sinta que o país vive na sombra da divisão entre PAICV e MPD, que se somos contra uma medida do Governo é porque somos do MPD, ou se não vamos a uma manifestação contra a Electra é porque temos medo de represálias governamentais, este ciclo de tertúlias seria muito bem-vindo, mas de um modo em que não sirva só as elites, mas principalmente, os estudantes anónimos, os desconhecidos, que normalmente até têm algo a dizer mas não lhes é dado a oportunidade.

E sim é possível fazer algo, o importante é fazer, não ficar só no "como seria bom"... fazer, actuar, marcar uma posição, não é por isso que estamos aqui? De que nos adianta andarmos a queixar-nos, a "mandar postas" para o ar, se depois cruzamos os braços e limitamo-nos apenas a dissertar.

Gostei, achei muito interessante e espero ver em Cabo Verde o Ciclo de Tertúlias, se assim se concretizar o meu lugar já está reservado!

domingo, 25 de setembro de 2011

O crioulo nas Nações Unidas

Tenho um crioulo "mariado", que é como quem diz "verdinho, verdinho, verdinho", mas tento todos os dias melhorá-lo, alías se fosse realizar um estudo estátistico de: "qual a língua que falo mais vezes ao dia" diria que a Língua Cabo-Verdiana era a vencedora. Nunca vou esquecer esta frase de Jorge Amado "A vida em Cabo Verde decorre em Crioulo", pois não poderia estar mais certo. No ambiente formal lá está o Português, cheio de "solenidades, com toda a pompa e circunstância", nas conversas diárias, na intimidade, no melhor do saber expressar as nossas emoções lá está o Crioulo. Numa entrevista, se quero captar a essência do meu entrevistado deixe-o expressar em Crioulo, até porque daí poderá sair "expressões" bem engraçadas. Sempre fui apologista da oficialização da Língua Cabo-Verdiana... e só quem vive em Cabo Verde e que sente este povo, esta cultura, é que se apercebe que não há outro caminho.

O Crioulo é a mãe. É a língua ensinada desde o momento em que uma criança começa a proferir as suas primeiras palavras. Até sensivelmente aos 6 anos, altura em que entra no ensino primário, é a expressão que domina, que fala, que conhece. E continua a ser assim ao longo dos anos... língua que melhor domina, que melhor conhece... língua do seu coração, das suas raízes, que os seus pais falam, com que expressa as suas mágoas, é através dela que conta um segredo a um amigo, que se revolta quando está chateado, que pede desculpas quando erra, é a língua que serve para exaltar as suas alegrias. O crioulo é a mãe as outras são as madrastas... e pode se gostar imenso de uma madrasta mas não amá-la como uma mãe.

Sou também apologista do melhoramento do ensino do Português, da minha Língua materna, que tanto encanta, quinta mais falada do mundo. Mas como complemento à Lingua Cabo-Verdiana, sem nunca se esquecer do ensino do crioulo. Fundanmental? Não, mais do que isso... uma obrigação. Aprender a nossa língua, as suas regras, grámatica, para depois conseguirmos aprender melhor uma outra. Sinceramente, acho que Cabo Verde necessita disso.

E deixem-se de lá de politiquices, daquelas como: "Cabo Verde irá perder com isso, Portugal e o seu "apoio externo" não irão gostar disso, Cabo Verde irá ficar sozinho"... Desculpem a expressão "Bolshit" que é como quem diz "vão lá para o outro lado..." Basta olhar para a 2º, 3º geração, falam inglês, francês, chinês, japonês, mas a todos foi ensinado o crioulo. Onde estão os cabo-verdianos está o crioulo.

Sei que há a questão do Alupec, sei que há questão das variantes, sei que há questão do Barlavento e Sotavento... Mas sinceramente apetece-me ter uma visão utópica da coisa... uma visão simples e talvez sonhadora, mas é a visão que quero manter... Acredito profundamente que a Língua Cabo-Verdiana irá ser oficializada brevemente.

Por isso, fiquei muito contente quando o Primeiro Ministro, José Maria Neves, falou pela primeira vez em Crioulo à Assembleia das Nações Unidas.

Podem dizer que é estratégia, que foi uma atitude de puro populismo, que quando são os países mais pequenos a discursar a sala está quase sempre vazia e por isso não surtiu efeito. Who cares? O importante é a atitude, teve essa ousadia, e essa ousadia é de ser louvada.

Palmas Sr. Primeiro Ministro... mas agora está na altura de regressar pois a Electra e a falta de Segurança chamam por si!

http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2011/09/discurso/

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Wedocare - Eles e Elas são uma inspiração!

Hoje fui entrevistar o grupo que formou a "wedocare". O que pretendem? Mudar o mundo com pequenos gestos que façam a diferença... desde Maio que cerca de 12 jovens, na casa dos vinte e tal anos, decidiram dar o seu contributo, através de acções de soliedariedade no terreno... simplesmente ajudar aqueles que mais precisam. Idosos, casais, crianças, não há distinções. O que querem? Simples... Que outros jovens se inspirem na sua ideia e criem mais "wedocares", que a iniciativa possa ganhar pernas, para que corra à procura de parceiros e simpatizantes para o projecto. Demonstram que apesar de todos os problemas típicos da sociedade XXI, há sempre tempo para numa 1 hora ou numa tarde, por semana, recuperar sorrisos ou simplesmente encontrá-los. Foi bonito de conhecer o seu espírito, as suas convicções, as suas vontades de quererem mais e melhor, para uma sociedade que está sempre dividida: entre o amarelo e o verde, entre governo e oposição, entre poliquitices e.... politiquices. Os jovens da wedocare têm as suas ideologias, mas são transparentes nos seus actos, querem apenas mudar um pouco do seu mundo, e se o mundo mudar por eles a sua missão será compensada. O seu trabalho é demonstrado através de acções organizadas, como por exemplo a entrega de cabazes a famílias carenciadas, ou angariação de fundos para a Associação Acarinhar que recentemente foi assaltada. Mexem-se, procuram, reunem-se, debatem e executam. No final, sentem-se abençoados pelo abraço daquela senhora que na pobreza do seu lar não estava à espera da bondade de desconhecidos. Afinal há quem faça a diferença, há quem tenha iniciativa própria, há quem acredite que pode mudar o mundo, o seu mundo, o seu Cabo Verde! E a ideia simplesmente surgiu numa noite de paródia... É bom sentirmo-nos úteis.


Não perca a reportagem na 3º edição da Revista Krioula, que irá sair no final do mês de Setembro!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

I´m Back (não encontrei um titulo mais giro)

Poderia ter mudado a "cara" ao blog... Poderia sim senhora!
Poderia ter escolhido um novo tipo de letra, com umas cores "girissímas" no fundo... Poderia sim senhora!
Poderia transformar o "sei que quero saber" por "saber é o que eu quero"... Poderia sim senhora!
Poderia ter colocado uns alertas chamativos, coloridos, que são uma "benção para os nossos olhos"... poderia sim senhora!

Ok poderia tanta coisa, mas sinceramente não tenho pachorra e não quis dar-me ao trabalho. Simplesmente deixar uma pequena notinha, para aqueles que sempre seguiram este blog (não... vocês anónimos continuam a não estarem convidados para esta festa) a noticiar o meu regresso. Estou de volta à blogosfera só porque tenho saudades de escrever o que quiser e o que me der na gana... de vez em quando. Quando estiver para aí virada. É tipo uma terapia q.b? Get it?

Durante 12 meses, tentei outro tipo de tratamentos relaxantes. Como yoga de manhã, recorrendo ao maravilhoso You Tube, ou então a improvisação na cozinha, através de um bolo de iogurte de cocô, com chocolate, aroma a limão e sem esquecer o oléo com sabor a bacalhau (nem vale a pena contar)... Desculpem aqueles que já comeram não vos ter avisado... Ups.

E nesse ano Cabo Verde mudou... eu mudei... (Pausa para recordar os melhores momentos destes últimos 365 dias) O.k já está! Continuando... Pela necessidade de escrever o que quiser e o que me der na gana, naquele espaço que é meu e de quem quiser (quer dizer... e de quem tenha boas e sentidas intenções) ... eis que: I´m Back, sem data, sem hora marcada, sem local definido. Simplesmente (desde já aviso que adoro utilizar o simplesmente, soa bem no término de uma frase emotiva) quando tiver tempo, e prontos (neste momento estão a pensar ela "escreveu prontos????...adoro este prontos). Até ao meu regresso... que deverá ser breve...

Voz Off: Este post foi acompanhado pela banda sonora do Exterminador Implacável

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mindelact



Nunca vi, não estive lá, mas adorava ter estado. É uma das iniciativas culturais mais aclamadas em Cabo Verde, que em Setembro, no Mindelo, durante cerca de duas semanas, apresenta as mais diversas peças teatrais, made in Cabo Verde, mas também trazendo "sensações" de outras paragens. Há para todos os estados de espírito, personalidades ou mentalidades, (mas de preferência que sejam abertas).

Há o palco Principal, o Festival Off, a Teatrolândia para a criançada, o Teatro de Rua, e este ano pela primeira vez, a Praia também vai receber algumas peças.

Há Utopia de Leo Bassi, "o maior provocador dos palcos do mundo", há Void de
Clara Andermatt, "a coreógrafa que melhor conhece a alma cabo-verdiana regressa com um espectáculo único" (este gostaria de não perder), há "A Vítima", de Miragens Teatro,
"o primeiro monólogo feminino do teatro angolano", há Lanka - Finlândia, de Essi Kausalainen, "E uma performance em pleno vulcão?". E... há mais... muito mais...

Mas acima de tudo, para além do espectáculo em si, há o "intercâmbio entre todos os participantes, acções de formação nas mais diversas áreas artísticas ligadas ao teatro, concertos de música, exposições de design e artes plásticas".

O mais importante acontecimento teatral de toda a África Lusófona que foi considerado em 2005, o mais importante evento teatral do continente africano, começa já no dia 16 de Setembro.


Confira a programação aqui!

http://www.mindelact.com

A não perder!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Feelings nothing more than feelings

"Lisboa menina e moça"... Sempre!
Expressar o que se sente quando está novamente no nosso horizonte é controverso... porque procura-se as palavras mais belas, as mais adequadas à sua imponência, adjectivos que a elevem ao seu estado mais majestoso, mas também, pensa-se na simplicidade das frases e chega-se à conclusão que por mais que se procure as palavras nunca são suficientes.

Olha-se para o seu encantamento como um refúgio, o nosso bem querer, a nossa paz interior. Inspira-se e expira-se! Encontrou-a diferente do que há um ano, mas já ansiava pelas mudanças.

Mais luminosa, cosmopolita, mais nostálgica. Sente-se no ar que o único feeling que resulta é o aroma das férias e isso Lisboa oferece como ninguém. A conjuntura não permite mais e diariamente as frases repetem-se como míticos dejá vu: "Não há condições para se ficar aqui, isto está muito mal, este país está sem sal". Lisboa, Portugal está de mãos dadas com a crise e com a depressão em geral.

Não consigo dizer nada. Também o que vou dizer? Se tento dar algumas boas vibes do género "as coisas vão melhorar, é preciso é ter pensamento positivo e não baixar os braços", recebo de imediato uma resposta "tu que estás longe não te apercebes das coisas"... ora ai está! então limito-me a ouvir, a assimilar e a concordar com algumas coisas que têm vindo a ser feitas. Frustração, dar o jogo por vencido e simplesmente navegam de acordo com a disposição das marés!

Aproveito o máximo que puder e adoro esse máximo. De casa em casa, de conversa em conversa, saboreiar cada minuto sem pensar como será o último.

Oiço as conversas no metro (já tinha saudades), redescubro novamente o prazer de andar de comboio e todos os dias reaprendo a gostar de passear de autocarro.

O Cinema com o filme "Contra-Luz" de Fernando Fragata (o melhor filme que já vi até ao momento, excelente fotografia, argumento de se lhe tirar o chápeu, película que prende desde a primeira aparição de Joaquim de Almeida até ao simpático final, que ainda nos deixa ali umas horas a pensar naquele "the end") o sushi especialmente preparado pelos amigos, os dias constantes de sol e praia, sim porque são sinónimo de "Les vacances", o Bairro Alto...

Os betos, os freaks, as gajas boas com os saltos em agulha, os tios e as tias, os rappers, os nerds, os intelectuais os artistas, todos num só. Na mesma onda, mas em opostas sintonias mentais.

Uma harmonia de personalidades que contrasta a cada gesto feito, a cada vestimenta escolhida, a cada palavra proferida. Todos com as suas manias, todos a curtir o Bairro.

E esse está cada vez melhor... conversar em frente à ginginha e depois segue-se mais outra capelinha. E no meio desse percurso os olhares querem assimilar tudo e todos e guardar para levar...

Conhecer o meu afilhado, paixão à primeira vista, aproveito para dançar com ele um funaná ou um zouk e pela movimentação do seu rosto no meu ombro parece que ficou fã. Quando regressar da próxima vez, já está com um ano e se calhar já diz "quero a madrinha maluca". E já agora é sagitário como eu. Só podia!

Encontro os amigos de Cabo Verde que já partiram. Na mesma, iguais a eles próprios, prontos para outra aventura, principalmente e mais importante, felizes!

Danço até as 6h00 na antiga Pastorinha, oiço as novas músicas, "está também é recente não é?" e simplesmente divirto-me com um grupo que adoro. Momentos Kodak como sempre. Obrigada :)

Compras e mais compras (sim sou muito consumista)... Livraria: Nelson Mandela, uma lição de vida!", inspirada pelo filme "Invictus" de Clint Eastwood, duas formas leves e suaves de sentir que os heróis podem ser de carne e osso e que é um previlégio viver na mesma era que Nelson Mandela.

A visita habitual ao Casino que já é da praxe, as derradeiras compras, de repente as malas cheias, o último jantar desta visita, as depedidas, uma adeus até breve e um olá estou de volta!

Daqui a pouco há mais...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saudade, esse bem querer!

Procurar a definição da palavra da saudade. Agulha no palheiro. Uma tarefa difícil que provavelmente não irá ser decifrada. São muitas as definições, os pensamentos que divagam sobre a tal saudade... mas nenhuma delas é suficiente igualável à saudade sentida por cada um de nós.

É isso que este sentimento tem de bom... o ser livre, único, implacável, mas ao mesmo tempo, saboroso, representativo de diversas faces, rostos, batidas de coração, mas que surte sempre o mesmo efeito: ou uma dor nostálgica, controlável, deixada por momentos memoráveis, que se espera que no futuro se repita… ou a dor cravada a ferros, que dura uma vida toda, não é apagável nem dissolvida com a passagem dos anos. Que magoa a cada suspiro!

A partida e a saudade caminham de mãos dadas e hoje a tal dor nostálgica tomou conta de mim... saudades de dois seres especiais que com os seus sorrisos, boa disposição, almas grandes, boas vibrações, emanadas de um espírito rebelde que se entrelaçou com um mais calmo, formam um dos pontos desta constelação que se chama amizade... forti e sabi!

A saudade que hoje sinto é a mais ingrata… queremos que eles fiquem, mas sabemos que o melhor é partirem… em busca de novos desafios, dos sonhos agora recuperados, de experiências que tragam de novo o calor de novas amizades, mesmo que o cenário seja mais cinzento e frio :)

Deixaram a sua marca em Cabo Verde… para aqueles que tiveram o privilégio de os conhecer, de partilhar as mais loucas aventuras, de rir e chorar de acordo com o estado da alma. Foram sempre leais, defensores daqueles que amam, mas acima de tudo, os melhores amigos, prontos para o que der e vier!

Ai, ai… Saudade sem definição certa, mas com uma carga emocional maior do que tanta outras palavras que fazem parte do nosso quotidiano.

E é bom que assim continue… sem explicação consensual, sem poetização artificial. O bom é senti-la, cá dentro com toda a pujança, com as recordações que nos aconchegam e com um até já (muito, muito breve) que nos faz sorrir!

Inez e Diogo… são os principais pontos na constelação que estará sempre mas sempre viva!

Tenho um orgulho tremendo em vocês!





quarta-feira, 21 de julho de 2010

Felling Good

Sensação de hoje... Feeling Good... será que está a chegar uma daquelas notícias bombásticas?????

Esperemos pelo final do dia.
Entretanto vou saborear esta sensação de "feeling good"

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Se tiver com Amigdalite... cuidado com o seu nariz!





Mais um episódio surreal ocorrido num hospital, desta vez aqui em Cabo Verde, mais precisamente no Agostinho Neto... Uma rapariga dá entrada com 39ºde febre e cheia de dores na garganta. Diagnóstico: Amigdalite. Tratamento: Primeiramente,injecção para baixar a febre.

Além do local onde lhe deram a injecção estar cheio de sangue espalhado pelo chão, o enfermeiro, que segundo a paciente deveria ser estagiário, decidiu que lhe deveria aplicar a tal injecção, considerada uma das mais fortes, de pé. Sem que a doente tivesse a possibilidade de se agarrar a alguma coisa.

Conclusão: Caiu num ápice no chão desmaiada e quando acordou tinha o nariz partido. O estagiário ainda ouviu uma reprimenda do médico: "nunca se deve dar uma injecção assim" e... desta forma a moça foi para casa com a amigdalite e mais um bónus... o nariz partido e uma operação para endireitar o "assunto".

O que vale é que no meio deste sufoco todo, encontrou um médico fora de série... que foi excepcional no acompanhamento.

Um estagiário a dar injecções sem estar habilitado para isso? que medo.

É óptimo, por exemplo, que os estudantes do Curso de Enfermagem da Uni-CV, desde o primeiro ano, tenham a possibilidade de juntar a teoria à prática e possam estagiar em comunidades carenciadas ou em centros de Saúde/Hospital.

Desconheço se o estagiário era aluno ou não...

Agora não se pode é deixar estagiários, tenham completado o curso ou não, que ainda não têm a tal prática necessária, nem conhecimento de causa suficiente, cometer erros que podem pôr em risco a vida de uma pessoa.

Se a rapariga tivesse batido com a cabeça e feito um qualquer traumatismo? Se o sangue que se encontrava no chão estivesse contaminado?

Diariamente, se ouve um pouco por todo o mundo, diversos relatos hospitalares...os mais "sui generis", "absurdos", "incompreensíveis" "revoltantes"... as vezes até pensamos que já são "banais"... mas quando nos é próximo, aí como se diz em bom português "é que a porca torce o rabo" e pensamos e se fosse connosco?

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os Pontos nos Is da Margarida - Round 2

Uma semana em cheio a que passou!

O Colóquio sobre a Língua Portuguesa e o Diálogo Cultural... Confesso que o primeiro dia deixou-me rendida às recordações literárias de Oswaldo Osório, que através de uma "visita guiada" aos autores portugueses que marcaram a sua vida, deu-nos a conhecer vários episódios pitorescos, que pela voz da sua esposa ainda tiveram mais emoção!

Ficamos assim a saber que foi um encontro envergonhado, mas necessário, o que teve com o livro “A Vida Sexual” de Egas Moniz, que esteve preso com Alfredo Margarido, numa cadeia em Lisboa e mesmo num ambiente privativo de liberdade trocaram opiniões, pensamentos sobre a literatura portuguesa e a época que se vivia (1962).

E tem mais...

Viajou com “A Mensagem” de Pessoa, abraçou as palavras de “A Sibila” de Agustina Bessa-Luis e elogiou a Biografia de Eça de Queiroz, de Maria Filomena Mónica.
Escutar os seus pensamentos, as suas paixões pelas mais diversas escritas, sentir um pouco o "feeling" de quando as leu pela primeira vez... é saboroso, simplesmente saboroso.

O dia não ficou por aqui. Fátima Bettencourt falou sobre o maior poeta português... Pessoa e a sua imensidão literária.Mas também das controversas personalidades, da solidão que convivia todos os dias consigo, retratando-se como a sua melhor amiga, do poeta obcecado pelo amor patriótico e da sua alma desassossegada... ou será melhor dizer almas?

Claro que as atenções centraram-se no terceiro dia, com o esperado discurso da Primeira Dama de Portugal e do Presidente da República. “Como no amor não há língua como a primeira”, disse Maria Cavaco Silva. Como concordo... por isso, tal como Jorge Amado o referiu, e muitíssimo bem, “a vida em Cabo Verde decorre em Crioulo”. O Crioulo é a mãe. É a língua ensinada desde o momento em que uma criança começa a proferir as suas primeiras palavras. Até sensivelmente aos 6 anos, altura em que entra no ensino primário, é a expressão que domina, que fala, que conhece. E continua a ser assim ao longo dos anos... língua que melhor domina, que melhor conhece... língua do seu coração, das suas raízes, que os seus pais falam, com que expressa as suas mágoas, é através dela que conta um segredo a um amigo, que se revolta quando está chateado, que pede desculpas quando erra, é a língua que serve para exaltar as suas alegrias. O crioulo é a mãe as outras são as madrastas... e pode se gostar imenso de uma madrasta mas não amá-la como uma mãe.

Tal como ficou claro neste colóquio há que apostar num melhor ensino do português. Mas sem esquecer o ensino do crioulo. Fundamental? Não, mais do que isso... uma obrigação. Aprender a nossa língua, as suas regras, grámatica, para depois conseguirmos aprender melhor uma outra. Ka si?

E continuando pelas literaturas... eis que consegui ir visitar a Feira do Livro na Biblioteca Nacional (brutal!!!) Confesso que andava um pouco desanimada com os últimos livros que comprei... e aquela sensação de começar a ler um livro e deixá-lo a meio porque não me inspirou para mim é uma experiência dolorosa.

Mas...”Maníacos de Qualidade”... encontrei, finalmente! O meu namoro com este livro já tem alguns meses, desde que vi uma entrevista da autora Joana Amaral Dias, mulher por quem tenho uma grande admiração, no programa da RTP2 “Cinco para Meia-Noite”.

Uma análise psíquica a Fernando Pessoa, Marquês de Pombal, ou a João César Monteiro... simplesmente não dá para recusar! Agarrei-o de imediato, como uma louca em busca de um tesouro há muito desejado e até sair daquele recinto nunca mais o deixei. E não é que tem sido uma bela surpresa?! Está comigo dentro da mala, para me acompanhar em horas mortas, está comigo depois de almoço, está comigo antes de deitar. E aquela sensação de começar a ler um livro e ficar desiludida dissipou-se com a clareza psicanalítica e ao mesmo tempo histórica, da escrita de Joana Amaral Dias.

Além dos “Maníacos de Qualidade” “perdi a cabeça”, mas os livros são sempre boas causas, e trouxe mais cinco para que nos próximos tempos as desculpas para ler sejam muitas...

Sim, é verdade, um simples livro pode nos animar... Mesmo que se chame “Maníacos de Qualidade”...

Desta semana fica ainda o passeio ao Tarrafal no fim de semana... mas do Tarrafal já há pouco a dizer. É sempre aquela magia ainda mais com “dois bombons” chamados Jacira e Fred. A malta do costume também foi e lá andamos nós sempre com as mesmas palhaçadas, com a mesma energia positiva no ar... já com um cheirinho a despedida!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ora da cá um e a seguir dá outro ora dá mais um que só dois é um pouco, ai eu gosto tanto e é tão docinho e no entretanto mais um anonimozinho! heheh

O tempo pergunta ao tempo
quanto tempo o tempo tem.
E o tempo responde ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.

e tempo para o "tudo a seu tempo"????

não há lololololoolololololololololol porque o tempo simplesmente não tem tempo!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eça, Pessoa e muito mais!



Revisitar os escritores portugueses que fizeram parte da sua vida. Quis o escritor Oswaldo Osório... no "Colóquio sobre a Língua Portuguesa e o Diálogo Cultural", a decorrer no Campus do Palmarejo, que contou com uma plateia recheada de estudantes e mais importante atentos ao que se contava por ali...

Na sua intervenção, o escritor lembrou o dia em que conheceu Aquilino Ribeiro, no café "A Brasileira", em Lisboa, local de encontro entre os intelectuais da época e as primeiras emoções ao ler "Jardim das Tormentas".

Lembrou o dia em que "encontrou" a "Vida Sexual" de Ega Moniz. Um encontro envergonhado... mas necessário.

"A Mensagem" de Fernando Pessoa, "A Sibila" de Agustina Bessa-Luís, viagens literárias que nunca esqueceu. Já o episódio de 1962, aquando em circunstâncias de privação de liberdade (por se encontrar numa cadeia em Lisboa, acusado de tentar emigrar para a Holanda) conheceu Alfredo Margarido, também preso pelas suas crónicas, impróprias para o regime colonial, foi um dos momento altos da conversa que teve com a plateia, pela voz cativante de sua esposa.

Contou como ficou rendido à Biografia de Eça de Queiroz, de Maria Filomena Mónica de 2000, de como se apaixonou pela Divina Comédia, de Dante, fabulosamente traduzida por Vasco Graça Moura e ainda louvou o Jornal de Letras Artes e Ideias.


Que prazer ouvir as palavras de Oswaldo Osório e conhecer a sua relação com os mais diversos escritores portugueses.

Já a escritora Fátima Bettencourt que segundo a própria "navega pelas águas das crónicas e dos contos" escolheu a poesia, através do maior poeta português... Fernando Pessoa.

"Aos 6 anos perde o pai, crítico musical do Diário de Noticias e passado um ano o seu irmão. A mãe volta a casar e vão viver para África do Sul, mas Pessoa deixa de ser o ‘menino querido'... A dor da perda, as melancolias familiares são retratadas em muitos dos escritos de Álvaro de Campos, seu heterónimo", retrata.

Fátima Bettencourt deu a conhecer aos vários alunos presentes no Auditório a solidão de Pessoa. Homem que sempre viveu sozinho, deambulando de apartamento em apartamento na baixa lisboeta, sobrevivendo de sub-empregos. O poeta, que durante o seu ciclo de vida contou com poucos apoios institucionais, aos sete anos escreve os seus primeiros poemas, dedicados à mãe. Aos 15 lia Shakespeare e... muito poucos escritores portugueses.

E Fátima Bettencourt continuou... a falar de Pessoa e da sua imensidão literária. "Vivia obcecado por um profundo amor patriótico. Os estudiosos contabilizam mais de 14 heterónimos. E a sua alma era desassossegada. 'Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma'. A plateia ficou rendida aos agitados mas geniais poemas de Fernando Pessoa.



Mas foi com Eça de Queiroz que as primeiras gargalhadas se sentiram na sala. A escritora da nova geração Eileen Barbosa contou como foi o seu amor à primeira vista com a escrita daquele que brincava com um humor delicado e com as descrições inigualáveis. "Na troca de livros que fazíamos entre colegas, trouxe o Crime do Padre Amaro. Vi se não havia outro, deixei-o para o fim... até que não havia outra solução. Foi com imensa surpresa que li às escondidas já que continha uma temática insólita... um padre que se apaixona por uma rapariga. Fiquei rendida".

Ao contar as peripécias da "Relíquia", a escritora conseguiu trazer a boa-disposição à sala, perante aquela história humorística cativante.

No final, Eilleen Barbosa deixou só uma mensagem aos diversos estudantes presentes: "Façam o favor de ler".

Na segunda parte, sob a temática Diálogos Literários Contemporâneos: "Jogos de espelhos: ler e reler o Outro", participaram ainda o escritor Filinto Elísio e Vera Duarte.




O Cóloquio continua amanhã! Com mais surpresas esperemos!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma reliquia de outros tempos!




Termo de Exame do 2º Grau de Ensino Primário de Amilcar Cabral, com distintivo

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago desafiou até ao último momento...



"Morreu José Saramago!" Escreveu numa mensagem uma amiga de Portugal através do Facebook... "acho que gostarias de saber".

Senti uma espécie de tristeza. Sentida mesmo. Li o "Evangelho Segundo Jesus Cristo", ainda na adolescência e rendi-me. Mesmo sem a pontuação exigida, com agressividade das palavras tão criticada "“O filho de José e Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das suas mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo", uma visão nua e crua de um assunto delicado que provoca fúrias, iras, mágoas, perante um Saramago sem meias medidas para dizer o que pensa sobre Jesus e o seu Deus.

“Dizer um anjo que não é anjo de perdões, ou nada significa, ou significa demasiado, vamos por hipótese, que é anjo das condenações, é como se exclamasse, Perdoar, eu, que ideia estúpida, eu não perdoo, castigo. Mas os anjos, por definição, tirando aqueles querubins de espada flamejante que foram postos pelo Senhor a guardar o caminho da árvore da vida para que não voltassem pelos frutos dela os nossos primeiros pais, ou os seus descendentes, que somos nós, os anjos, íamos dizendo, não são polícias, não se encarregam das sujas mas socialmente necessárias tarefas de repressão, os anjos existem para tornar-nos a vida mais fácil, amparam-nos quando vamos a cair ao poço, guiam-nos no perigoso passo da ponte sobre o precipício, puxam-nos pelo braço quando estamos quase a ser atropelados por uma quadriga sem freio ou por um automóvel sem travões. Um anjo realmente merecedor de Jesus (...)”.

Saramago foi assim... Desafiou no Ensaio sobre a Cegueira, Terra do Pecado o seu primeiro livro aos 25 anos, Memorial do Convento que conquistou o público e a critica, A Caverna, o seu último romance Caim... Tantos outros... todos eles com doses certas de ironia, arrogância saudavelmente lida e revivida em muitos dos nossos pensamentos, mas que por vezes temos medo de os colocar cá para fora.

Ganhou os melhores prémios que um escritor pode desejar: Prémio Nobel da Literatura em 1998, Prémio Camões, foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português e acima de tudo... foi um critico sempre que achou que fosse necessário, mesmo que implicasse voltar as costas ao seu país.

Foi polémico... mesmo não concordando com algumas das suas ideias, comentários, opiniões, é de louvar... a maneira como nunca baixou a cabeça, nunca dando espaço para venias circunstâncias... porque esse não era Saramago... E até o Papa não se livrou de estar na mira das suas palavras despidas de qualquer conceito pré-definido.

Viveu uma grande vida, uma vida cheia... levou o nome de Portugal além-fronteiras, apesar de se ter auto-exilado na Ilha de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Hoje Portugal e o Mundo perdeu mais um grande escritor e um grande Homem!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Fim de semana com a natureza



Fim de semana sabi!!!! Pessoal acampar no Parque da Serra da Malagueta é simplesmente divinal! O bosque encantado, o chicharro, a música, o nevoeiro, os passarinhos logo pela manhã, as caminhadas, a sensação de estar noutra dimensão, acordar às 5h00 com o guarda e o seu bom dia cheio de energia, e principalmenteee... os amigossss!!! Recomenda-se um sítio que por vezes é tão pouco divulgado e que proporciona uma estadia inesquecível!

Serra da Malagueta rocks ehehehhe

"A serra Malagueta é um maciço montanhoso situado na parte Norte da ilha de Santiago.O seu território encontra-se na confluência de três municípios (Stª Catarina, S. Miguel e Tarrafal) apresentando assim uma localização estratégica e privilegiada não só para o sector turístico (eco turismo) como também para a educação ambiental e centro de pesquisa e investigação.

A área do parque da Serra Malagueta compreenderá o actual perímetro florestal estatal, algumas escarpas onde a presença de endemismos seja significativo. A delimitação da área do parque ainda carece de alguns estudos de campo, ainda a decorrer.

A área contém o maior número das plantas endémicas da ilha de Santiago (26) 14 dos quais estão classificados como ameaçadas na lista vermelha de Cabo Verde.

As maiores ameaças que as espécies enfrentam na área são: por um lado a pressão antrópica na procura de espaços para cultivo e corte e recolha de madeira para lenha, por outro lado a erosão do solo e a competição das espécies invasoras como a Frurcraea foetida e Lantana camara".

Fonte: Parque Natural Serra Malagueta
Foto tirada do site: polemikos - a opinião indispensável